Elon Musk é conhecido como o Tony Stark da vida real, com a diferença que ele é bem mais amistoso e não parece ser tão narcisista quanto o personagem. O fato é que ele é um grande nerd e parece ser um bom exemplo do que qualquer nerd faria caso se tornasse bilionário: investiu em tecnologias futuristas.
Se, na virada do século XX para o XXI, o mundo da tecnologia foi liderado por gente como Bill Gates e Steve Jobs, agora parece ser a vez do Elon Musk liderar as próximas grandes revoluções tecnológicas do século, a saber: veículos elétricos (Tesla), transporte subterrâneo de alta velocidade (Boring), interface cibernética para criar uma comunicação "telepática" entre o ser humano e o computador (Neuralink) e até o ambicioso projeto de colonização de Marte (SpaceX).
Pois eis que agora ele apresentou mais um projeto de algo que pretende ser o normal daqui a uns anos: o Tesla Bot. Trata-se nada menos do que um robô humanoide com o propósito de auxiliar em atividades braçais ou, nas palavras do Elon Musk, "atividades perigosas ou entediantes". A promessa é o fim da ocupação humana em tarefas braçais, mas o robô vai começar com coisas simples, como carregar suas sacolas de feira, limpar a casa, cortar a grama. Enfim, estes robôs serão os novos caseiros, jardineiros e faxineiros da humanidade.
No momento isto parece uma tecnologia distante, afinal estamos ainda na era do celular e este aparelho é o melhor que temos até agora em termos de tecnologia acessível para boa parte da população e uso cotidiano. O celular é nosso robozinho de bolso. Já é um item tão integrado à civilização que as pessoas se sentem peladas quando saem de casa e esquecem o celular. É um item que está sempre perto, você leva pra todo canto.
O próximo passo, naturalmente, é que este computador portátil ganhe mais poder mecânico, ou seja, braços e pernas. Então teremos o robô auxiliar que deve se tornar um item tão comum quanto um celular. Vai se tornar normal, por exemplo, as pessoas andarem nas ruas acompanhadas de seu robô.
Este tipo de cena é bem ilustrado na série Humans (2015-2018), sendo que ali os robôs já têm toda uma skin humana, enquanto o protótipo do Elon Musk ainda tem aparência plástica e robótica, mas o corpo tem formato humanoide, com cinco dedos e tudo, para que as pessoas possam simpatizar com ele.
De fato, este é um detalhe importante. A Boston Dinamics, por exemplo, já virou objeto de memes por causa de seus robôs quadrúpedes que parecem cachorros apocalípticos de algum filme do Terminator. Não que não seja possível criar um robô com aparência animal que pareça fofinho. Os japoneses já fazem isso há anos. O ponto é: se o robô será do tipo que vai conversar com você e interagir em um nível quase humano, como uma Alexa, então será mais confortável para a mente humana que ele se pareça com um humano.
As implicações psicológicas e sociais desta era dos robôs humanoides são um tema já explorado na ficção há tempos. Faremos amizade com estes robôs, ou vamos conseguir nos manter na linha que separa o humano da máquina? Teremos sentimentos platônicos, pigmaliônicos? Bom, é certo que algumas pessoas terão, como já há casos de gente aí pelo mundo se casando literalmente com bonecas.
Em algum momento, com a evolução da IA, vamos chegar numa era como dos filmes, quando robôs vão parecer ter sentimentos e quem sabe consciência (mas pra chegar nesse ponto acho que ainda falta muuuito, se é que é mesmo possível a consciência existir na forma de um código binário).
Enfim, a sociedade com robôs é um passo natural na nossa história tecnológica. Já era algo esperado e imaginado na ficção do início do século XX, quando a eletricidade estava começando a ser usada no dia a dia. O Elon Musk está mirando numa grande oportunidade e claramente pretende ser o líder nessa empreitada. Nas previsões otimistas (e visando atrair e empolgar investidores e consumidores), ele fala que ainda nesta década estes robôs devem começar a se tornar comuns nas casas das pessoas.
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