Três jovens, dois deles hackers, partem numa viagem para um lugar ermo simplesmente pela curiosidade de encontrar um hacker que os desafiou. Acabam se envolvendo em uma experiência de contato alienígena e acordam numa suposta base da Área 51. Na tentativa de fuga, descobrem que estão em algo bem maior do que suspeitavam.
O cineasta William Eubank começou sua carreira como diretor de fotografia, em filmes como Collateral (2004) e Superman Returns (2006). Em The Signal ele toma a frente pela primeira vez, na direção e roteiro, e nota-se o capricho que este filme possui em sua fotografia. É algo belo de se ver, com closes elegantes, muito slow motion (quem não gosta de slow motion?) e jogo de cores. Também merece menção a agradável trilha sonora do iraniano Nima Fakhrara (destaque para a música “2.3.5.41”, uma versão dubstep do “Prelúdio em C” de J.S. Bach) e a presença sempre marcante de Laurence Fishburne.
Durante toda a trama, temos impressão que os três amigos estão sendo estudados em uma instalação arcaica da Área 51, onde também há alienígenas aprisionados. Todavia, no impressionante final, nos últimos minutos (e atenção para o grande SPOILER), vemos que Nick, que recebeu pernas robóticas, motivado pelas fortes emoções após a morte da namorada, desenvolve uma incrível velocidade ao correr com estas pernas de alta tecnologia, a ponto de atravessar uma barreira e então descobre que está numa espécie de nave alienígena em uma cidade visivelmente alienígena.
O número da nave é 2.3.5.41, o mesmo número que tatuaram no braço dele, o que significa que ele é um espécime no acervo deste laboratório específico e subentende-se que deve haver muitos outros laboratórios deste tipo. Também o personagem do Laurence Fishburne retira o capacete e mostra que é um robô alienígena. Ele parabeniza Nick por ser uma perfeita integração entre vontade humana e tecnologia alienígena.
Ou seja, os garotos eram cobaias sim, mas não de experimentos do governo americano e sim de alienígenas. Inclusive em certa cena vemos que os cientistas realizam experimentos com uma vaca, o que é uma referência ao mito popular de que aliens abduzem vacas para tal propósito. O objetivo deles é desenvolver uma integração, produzir uma versão avançada e híbrida humano-alien, e em Nick eles conseguem isso com sucesso, pois ele tem o elemento que interessa: a força de vontade emocional característica dos humanos.
Ficção científica à parte, Eubank afirmou que o filme pretende transmitir uma mensagem sobre a tomada de decisões, sobre seguir a razão ou as emoções. Os dois hackers são muito guiados pela lógica, mas em momentos cruciais terão que agir movidos pela emoção, pela força do amor com que se sacrificam e se empenham a ajudar um ao outro. Segundo Eubank, este seria o significado do título “O Sinal”. Não é uma referência a sinais alienígenas, mas ao sinal interior da psique humana.
David Frigerio, um dos roteiristas, elucidou: “Uma vez que a Singularidade acontecer e as pessoas começarem a ficar realmente inteligentes, tipo um milhão de vezes mais inteligentes do que nós somos agora, e isto não parece muito distante... que lugar haverá para as emoções humanas?... Logo, esta é uma de nossas grandes questões”.
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