Maniac (2018) é uma minissérie original da Netflix que segue um gênero de ficção científica de drama que podemos chamar de Black Mirror like. No caso, o elemento Black Mirror está no fato da história explorar algum tipo de tecnologia futurista para desenvolver a trama de uma forma dramática ou quase trágica.
Todavia, diferente de Black Mirror, não é uma série de minicontos em cada episódio e sim uma história única focada em dois protagonistas e seus traumas que eles vão enfrentar no ambiente virtual dentro de suas mentes, uma vez que se submetem como cobaias de um experimento científico com pílulas e uma Inteligência Artificial consciente que funciona como uma espécie de tratamento psicológico sci-fi em que você revisita momentos traumáticos da vida num mundo de sonho e irá lidar com eles.
Sonoya Mizuno. Essa atriz foi também aquela robô dançarina do filme Ex Machina (2014). Lembra? |
Há um leve humor bizarro na série, principalmente envolvendo sexualidade e relações estranhas entre parentes. Ao mesmo tempo possui um drama e uma constante busca de catarse por parte dos personagens. O encontro das duas mentes dos protagonistas Annie e Owen dentro do mundo virtual é uma espécie de versão futurista dos clássicos romances de almas gêmeas.
Também há uma constante referência a Dom Quixote e até ao gnosticismo, a filosofia que afirma que vivemos na verdade em uma realidade simulada e precisamos despertar para enxergar além dessa camada superficial e simulada da existência.
A trilha sonora é, para mim, a melhor coisa dessa série. Simplesmente linda, um moderno clássico instrumental de autoria de Dan Romer. Eis abaixo um exemplo, a música This is Goodbye for Us, que inclusive resume a jornada dos personagens que é aprender a dizer adeus às pessoas que se foram ou ao passado.
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