Há uma fruta estranha, não se come
A carne que há no interior, mas sim
Se rói o seu caroço duro. O nome
De tal fruta bizarra é pequi.
O seu caroço abriga mui espinhos
Vermelhos, pontiagudos, violentos.
Quem se exceder roendo a superfície
Pode se machucar com o que há dentro.
Assim é o ser humano, tem u'a casca
Espessa, descartável, indigesta,
Depois outra camada, uma pasta.
A parte comestível, pois, é esta.
Mas quem ultrapassa os limites e toca no ego
Corre o risco de se ferir, se aleijar, ficar cego.
(08,10,2004)
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