Este foi um dos filmes mais polêmicos e mais comentados do cinema brasileiro. Antes mesmo de ser lançado, já foi vendido no mercado da pirataria, o que, de certa forma, ajudou a divulgar e popularizar a série. O Ibope estimou que mais de 11 milhões de pessoas assistiram à versão pirateada.
Nos cinemas o primeiro filme teve primeiro lugar na bilheteria nacional de estreia, superando produções de Hollywood como Stardust e Resident Evil 3. O segundo filme, na estreia, superou Avatar e A Era do Gelo 3.
O conteúdo envolve a máfia das drogas no Rio de Janeiro, bem como o trabalho da polícia militar e das forças especiais, o BOPE, a corrupção de políticos e da polícia e a violência na cidade.
Filmes brasileiros com esta temática são de certa forma uma tradição, por exemplo: Carandiru, Cidade de Deus e Ônibus 174 (este também de José Padilha).
Apresenta um comportamento problemático das forças policiais, recorrendo a tortura e envolvidas em esquemas de corrupção. Creio que o que deu brilho aos dois filmes foi, além do roteiro inteligente e bem elaborado do José Padilha, o personagem principal, Capitão (depois Coronel) Nascimento.
Interpretado por Wagner Moura, Nascimento tem uma densidade e uma humanidade marcantes. Sinceramente interessado em combater o crime, vive à beira da loucura e da ira em virtude de seu trabalho tão perigoso e estressante.
Nascimento está sempre perto de entrar em colapso, tem ataques de fúria, chega a sofrer doenças psicossomáticas por causa de tanto estresse. Ao mesmo tempo tem uma vida afetiva, uma esposa, um filho, mas também nela irá sofrer tensões.
Enfim, o filme pode ser visto não como uma epopeia de mocinhos contra bandidos, de policiais e traficantes, mas como a saga de um homem que leva nas costas o peso do mundo e da própria consciência.
Quanto ao roteiro, chama atenção pelas falas com frases de efeito que se tornaram memoráveis. Algumas delas:
"Fatiou, passou."
"O senhor é um fanfarrão!"
"Pede pra sair! Pede pra sair!"
“Tá de pombagirice comigo?!”
“Se achando a pica das galáxias.”
“Cada cachorro que lamba a sua caceta.”
“Traz um café que pão seco é foda.”
Baiano: “Na cara não, pra não estragar o velório.” Capitão Nascimento: “04, me dá a doze” (atira na cara).
O sucesso do José Padilha como roteirista, diretor e editor após Tropa de Elite ganhou mundo. Tanto que ele se tornou o diretor do remake de Robocop em 2014.
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