Arisa (Better than Us) e Niska (Humans). |
Com a chegada de Betther than Us (2018) na Netflix, a primeira série russa que assisto, lembrei de outra bem parecida, a britânica Humans (2015-2018). De fato, no começo Better than Us parece uma versão russa de Humans, pois em ambas vemos uma robô loira que se rebela no momento em que é abusada por um humano, mata-o e passa a ser uma criminosa fugitiva.
As duas séries também têm uma forma semelhante de abordar o tema cibernético: nada de distopia cyberpunk ou futurismo distante com tecnologias muito avançadas. A história se passa num tempo bem próximo do nosso (no caso de Better than Us é em 2029 e Humans no nosso presente, mas em uma realidade alternativa).
Os robôs ainda estão em fase de implantação na sociedade, funcionando como ajudantes, obviamente: empregados domésticos, acompanhantes de idosos, enfermeiros, seguranças, etc. Seguem as famosas três leis da robótica e têm um intelecto e independência de pensamentos bem limitados, maaas, como é de se esperar, em algum momento acontece uma evolução no software de alguns robôs e começam a desenvolver uma espécie de consciência e vontade própria.
Em Humans isso é melhor explorado e os robôs conscientes realmente estão em um estágio avançado de consciência. Better than Us é mais modesto. Apenas a Arisa, que foi produzida de forma secreta e ilegal na China, tem uma mente mais aberta e mesmo assim é bastante presa a objetivos predeterminados.
Ambas as séries também mostram grupos rebeldes que são contra a existência dos robôs e os vandalizam, mas Humans vai além nesse aspecto social, pois mostra pessoas que passam a se comportar como máquinas, uma espécie de filosofia de vida ou transtorno de identidade que faz com que queiram ser reconhecidas como robôs e não humanas. É interessante e algo que possivelmente veremos acontecer um dia.
"Eu sou uma humana, mas na minha cabeça me sinto uma robô". |
Estas séries abordam o tema dos autômatos e da singularidade em situações cotidianas, nos relacionamentos que eles têm com os humanos e até vislumbrando um fenômeno que pode mesmo se tornar real nas próximas décadas: os robôs se tornando membros de famílias humanas, numa relação meio de escravo, mas também afetiva.
Essa atriz realmente sabe fazer uma cara de robô. |
Achei Better than Us meio morno, às vezes até entediante, mas não deixa de dar uma contribuição ao gênero. Humans me agradou mais na narrativa, além de contar com um grande elenco como Carrie-Anne Moss (sim, a Trinity de Matrix), Gemma Chan e tem aquele cara de Utopia, que ficava falando "Where is Jessica Hyde?".
Caramba como que arisa consegui ficar sem piscar os olhos kkkkk bem legal.
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