Qaligrafia
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O dia em que passei minancora no computador

Minancora

A peça principal de um computador é a CPU, também conhecida como processador ou simplesmente chip. É o cérebro, o dispositivo responsável pelo processamento dos dados. Nessa pequena pecinha passa muita eletricidade e como reação gera bastante calor. Por isso existem outras peças destinadas exclusivamente a resfriar o processador, como é o caso da ventoinha (cooler) e dos dissipadores de calor.

Para otimizar o contato entre o cooler e o processador existe um gel chamado pasta térmica. Ele facilita o trânsito do calor do chip para o dissipador, depois para o cooler que então leva esse calor embora pelo ar. Acontece que após alguns anos de uso a pasta térmica pode ressecar e perder a eficiência, então é recomendável fazer uma nova aplicação. Eis que um dia me deparei com esse problema.

Thermal compound

Era ainda o tempo dos processadores Celeron, há uns dez anos. Numa ocasião em que desmontei o computador para limpar a poeira, vi que a pasta já estava bem esfarelada e era melhor aplicar uma nova, só que não encontrei o produto em lugar algum na cidade e iria demorar comprar pela internet. Até lá, resolvi fazer uma gambiarra bem inusitada.

Minancora é uma pomada cicatrizadora e antisséptica (muito boa por sinal, sempre uso em cortes) e por acaso percebi que ela tem uma substância em comum com a fórmula da pasta térmica: o óxido de zinco. Claro que a fórmula é mais complexa, mas talvez isso bastasse pra quebrar um galho. O importante era haver alguma substância gelatinosa capaz de conduzir calor e era o caso do óxido de zinco. Gambiarrísticamente, resolvi arriscar.

Passei minancora no processador. Dei aquela untada como se fosse a pasta térmica, parafusei o cooler em cima e seja o que Deus quiser. Liguei o computador e fiquei monitorando a temperatura. Tudo tranquilo.

E segui usando a máquina naquele dia e nos seguintes e nas semanas e meses seguintes. Cheguei até a passar outra camada de Minancora depois de um ano e no fim das contas nunca usei a pasta térmica naquele computador, até o dia em que troquei por uma máquina nova. 

Claro que não recomendo ninguém fazer isso. Há obviamente o risco de você queimar seu processador. Mas pra mim foi uma bem sucedida experiência alquímica.

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