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Por que prefiro o Xfce ao Gnome ou Xubuntu vs Ubuntu

Xubuntu

Eu conhecia superficialmente o Linux há uns dez anos, quando vez ou outra me deparava com alguém usando ou comprava um computador novo e vinha com alguma distro (que eu testava por curiosidade, mas logo depois formatava e metia um Windows por hábito), até que finalmente resolvi migrar quando já estava de saco cheio dos problemas do Windows.

Então entrei definitivamente no mundo Linux através do Ubuntu 16. Na época seu ambiente gráfico era peculiar, o Unity, algo que logo depois foi abandonado pelo próprio Ubuntu, mas ao longo daqueles meses fiz o que muito usuário de Linux gosta de fazer que é experimentar os vários sabores, as distros e interfaces.

Assim provei um pouco de KDE, de Mate, de Cinammon, de Lxde, de Xfce e Gnome. O Gnome, aliás, acabou sendo adotado como ambiente padrão do Ubuntu a partir da versão 18 e confesso que acho um ambiente muito bonito, limpo, elegante. Eu de fato curto uma interface minimalista, mas me parece que o Gnome é minimalista até demais.

O Xfce e o Lxde são os ambientes mais famosos em termos de leveza. Se você quer usar um sistema em um computador antigo ou de hardware fraquinho, essas são boas opções. No caso das distros baseadas em Ubuntu, temos o Lubuntu com Lxde, mas achei meio feinho. Já o Xubuntu, que vem com Xfce, caiu como uma luva para meu gosto.

Primeiro, é uma interface leve. Isso pode não importar muito hoje em dia em que um computador mediano já tem memória e processamento suficiente pra rodar tranquilo qualquer distro, mas eu acho que quanto mais desempenho o sistema deixar livre melhor. Sistema operacional não deve ser egoísta e comer memória e processamento. Deve trabalhar discreto e deixar espaço para que os aplicativos que gostamos de usar tenham força. Isto inclui jogos. Jogos hoje em dia requerem muito do hardware e o Xfce dá bastante fôlego ao hardware.

Mas a verdade é que eu gostei da interface e pronto. É algo subjetivo. Gosto da simplicidade do menu do Xfce e como ele ocupa pouco espaço na tela. Tá, mas até aí um Gnome também me agrada, tirando o fato de que em vez de ter um menu clássico ele tem uma apresentação dos aplicativos em tela cheia que acho realmente desagradável.

O que me fez ficar definitivamente no Xubuntu é que ele tem certas funcionalidades que costumo usar bastante e que são mais difíceis de arranjar no Ubuntu com Gnome.

Primeiro, o navegador de arquivos do Gnome, o Nautilus, tem um visual bonito e limpo, mas faltam recursos tão básicos como a visualização do painel lateral em árvore. Por que diabos tiraram isso? É a forma mais prática de se navegar por pastas. Então prefiro o Thunar do Xubuntu.

Depois, a utilidade da barra superior. No Gnome, essa barra só está de enfeite. No máximo traz um relógio e alguns ícones de rede e botões de desligar. Não dá pra colocar ícones de aplicativos, algo que deve ser feito em uma segunda barra. É redundante, abuso de espaço. Aí fico com a barrinha multiuso do Xfce.

Também na barra do Xfce é possível ativar certos plugins que informam a velocidade do tráfego de rede, do processador e o uso da memória. Estes três indicadores importam pra mim porque posso ficar sempre informado sobre a saúde do computador, notar se tem algo errado causando um uso excessivo de memória ou de processamento ou se a velocidade da internet está lenta demais. Estes plugins fazem parte do projeto Xfce, já vêm embutidos no ambiente. No Gnome, consegui achar no máximo um plugin de velocidade de rede, mas que nem faz parte do pacote, é algo desenvolvido por um terceiro e nem mesmo aparece nas buscas dos repositórios do Ubuntu. O Gnome não facilita o uso destes recursos que deveriam ser básicos em um ambiente gráfico.

Por fim, tem a forma de se usar a área de trabalho. O nome "área de trabalho" ou "desktop" (mesa de trabalho) já significa que é um lugar que a gente usa como o ambiente principal para lidar com os programas e arquivos e pastas. Eu gosto de espalhar pastas no desktop e criar arquivos ali dando um clique na tela. No Xubuntu o menu do desktop (ao se clicar com o botão direito) é enorme, dá pra acessar diversas funcionalidades. O Gnome não quer que você mexa na área de trabalho, mal dá pra criar arquivos nela. 

Então no fim das contas a escolha do ambiente gráfico é como um casamento em que pequenos detalhezinhos cotidianos têm um grande peso. O Xubuntu oferece com mais facilidade esses recursos que uso muito, recursos simples, que eu até poderia ficar sem, mas que é preferível tê-los: o painel em árvore, os ícones na barra de ferramentas, os indicadores de desempenho, a plasticidade da área de trabalho para manipulação de atalhos... Por tudo isso fico com o Xubuntu.

Ademais, ambas as distros são excelentes e têm uma manutenção dedicada, constante e um desempenho estável. Raramente me deparei com algum crash ou bug. Tanto que há dois anos migrei do Windows para o Ubuntu e depois o Xubuntu e não me arrependo.

Em outro post (aqui), fiz a análise relacionando Xfce e Lxde.

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