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Xubuntu 18.04

Xubuntu

Apesar de conhecer o Linux superficialmente há pelos menos uma década e até ter experimentado brevemente algumas distros, foi só em 2017 que migrei de vez do Windows, a princípio usando o Ubuntu, então experimentei mais algumas distros, Fedora, Debian, Antergos, enfim me fixando no Ubuntu. 

Mas a busca não parou por aí, passei então a procurar o ambiente gráfico que mais me agradaria. Isso é uma das maravilhas do mundo Linux. Diferente de um Mac ou um Windows, que têm sua interface única, nas distros Linux a aparência do sistema pode mudar bastante, bem como suas funcionalidades. Tem pra todo gosto.

Basicamente os ambientes mais conhecidos são Gnome, KDE, XFCE, LXDE, Cinnamon e Mate. Provei todos. O próprio Ubuntu tem um menu de versões com seus vários sabores, mudando o nome do projeto de acordo com o tipo de ambiente usado. Daí Xubuntu, Lubuntu, Kubuntu, Ubuntu Mate, etc.

Pois bem, foi assim que cheguei ao Xubuntu, a versão Ubuntu com interface XFCE. O XFCE é tão antigo quanto o Gnome ou o KDE. Estamos falando de décadas. Particularmente creio que a idade é importante quando se trata de sistemas operacionais, porque um projeto antigo possui a vantagem de anos de aprimoramento e teste, milhões de usuários testaram, reportaram bugs, sugeriram mudanças, centenas ou milhares de desenvolvedores se debruçaram sobre o código. É um sistema maduro.

De toda forma, o que me fez escolher o Xubuntu, detalhes técnicos à parte, foi o minimalismo mesmo. Se a questão fosse solidez do projeto, poderia ter ficado com um Gnome ou KDE, ambos possuem uma comunidade bem dedicada, mas confesso que o visual não faz meu gosto. O XFCE tem aquela pegada das antigas. As janelas, os menus, a simplicidade da área de trabalho lembram os softwares da década passada, mas, no caso do XFCE, a aparência é levemente modernizada, diferente do LXDE, como no Lubuntu, que realmente parece um visual mais antigão.

A customização do Xubuntu é uma das melhores. Posso arrumar tudo no painel, a barrinha de aplicativos, do jeito que preferir. Por fim, tem a leveza. Como sou um minimalista, um sistema enxuto naturalmente me atraiu. Não que eu seja religiosamente amante das coisas simples, pois nesse caso bastaria ter instalado um core mínimo com uma interface mais mínima ainda. O Xubuntu é magro, mas não ao ponto da anorexia. Vem com uns aplicativos básicos, vem com o Firefox, o LibreOffice, etc. Tudo o que preciso.

Vem também com umas coisinhas que não preciso. A primeira coisa que faço ao instalar o sistema é, via Terminal, instalar o Synaptic (sudo apt-get install synaptic). As distros do Ubuntu usam um gerenciador de pacotes chamado Gnome Software. Nunca me dei bem com ele. Sempre tive problemas em instalar ou desinstalar programas usando ele, várias vezes travou ou demorou uma eternidade pra fazer uma coisa simples como uma desinstalação ou simplesmente não respondeu ao meu comando. Então peguei ranço. E convenhamos, o Synaptic é ótimo. É talvez o gerenciador de pacotes preferido das distros baseadas em Debian.

Aí pelo Synaptic faço a busca de alguns programas que vêm no Xubuntu e não os quero, então desinstalo, a começar do próprio Gnome Software. Também vem com Thunderbird e Pidgim, mas não uso gerenciadores de email, então desinstalo. E tem outras coisinhas mínimas assim que sei que nunca vou usar e mando embora. Vem até com uns joguinhos de Minas, Sudoku que despacho também. Sinceramente não sei por que uma distro com a proposta de ser enxuta vem com jogos pré instalados. Deixa que o usuário vai atrás de jogos se ele quiser.

É, eu sei que dá pra desinstalar programas pelo Terminal, mas convenhamos, pra isso tenho que digitar direitinho o nome de cada programa e no Synaptic basta fazer a busca e clicar nos pacotes. É mais cômodo sim.

Não mudo muita coisa na aparência. Do jeito que vem está ótimo, o tema, as cores, o visual das janelas e botões... Gosto da aparência do Xubuntu do jeito que é naturalmente, sem maquiagem. Mas se quisesse, não faltariam opções de personalização de cada mínimo detalhe.

Tem umas coisinhas que acho simples demais e substituo. Por exemplo, o Mousepad, que é o editor de texto padrão do Xubuntu, não tem tantas funcionalidades quanto o Gedit, do Gnome, então instalo o Gedit. O gerenciador de tarefas do Gnome também é mais completo, então eu meio que monto esse Xubuntu Frankenstein, com algumas coisas do projeto Gnome.

Na verdade as distros costumam fazer essa miscigenação. Há muita coisa do Xubuntu que vem do projeto Lubuntu ou do Gnome ou do KDE. As bibliotecas de pacotes têm toda essa mistura e isso é muito legal essa camaradagem entre os projetos. E notei que agora o Xubuntu 18 passou a adotar algumas coisas do Mate, como a calculadora, o compactador Engrapa e substituiu o leitor de PDF Evince (quem vem do projeto Gnome) pelo Atril (que já vinha sendo adotado pelo Mate). No entanto notei que o Atril nativamente não lê arquivos cbr (geralmente usados em revistas em quadrinhos), coisa que o Evince faz.

No mais, uma grande diferença entre o Xubuntu 18 e o 16 é a atualização do kernel. Este usava o 4.13 e aquele trouxe o 4.15. Isso pode significar melhorias no desempenho da máquina e a eliminação de bugs velhos. Também o driver disponível para a placa de vídeo é mais recente. Outra novidade de todas as distros Ubuntu 18 é que na formatação não se criam mais várias partições. Agora todo o sistema fica numa partição só e a memória swap, que até então sempre foi alocada em uma partição, agora é apenas um arquivo. Achei elegante isso.

Aparentemente não notei nenhuma diferença no uso do Xubuntu 18 em relação ao 16. Mesmo sendo uma versão novíssima saída do forno, parece que trabalharam bem nela durante a fase beta porque até agora não tive nenhum crash, nenhum problema de desempenho, está rodando tão liso quanto a versão anterior. E assim renovo o meu amor por essa distro.

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