Horácio, por Giacomo di Chirico |
Escrito por Horácio, por volta do ano 18 antes de Cristo, é um breve tratado de cerca de três mil palavras em latim sobre poesia e teatro. Horácio enfatiza o uso do bom senso, do equilíbrio e do decoro. Aconselha que o autor conheça seus limites e o público ao qual a obra é direcionada.
Sobre o bom senso, ele diz:
"Se tento ser conciso, me torno obscuro. Quem busca leveza falta vigor e ousadia. Quem promete algo sublime se torna empolado. Quem é muito prudente e temeroso de tempestade rasteja por terra. Quem pretende inovar demais, pinta golfinhos em florestas e javalis sobre ondas."
É interessante notar a importância que ele dá ao neologismo e à licença poética para a criação de novas palavras, mostrando que entendia a língua como algo vivo e em constante renovação:
"Te expressarás distintamente se, por combinação engenhosa, uma palavra conhecida produzir uma nova... Como as florestas são transformadas por suas folhas com o passar dos anos, caindo as mais velhas, assim se perde a geração antiga das palavras e, como os jovens, florescem as nascidas há pouco e vingam."
Também adverte contra o recurso do "deus ex machina", muito usado no teatro greco-romano como uma forma fácil de encerrar a trama, invocando um deus que aparece pra resolver os problemas dos humanos:
"Nem intervenha um deus, se não acontecer de o enredo ser digno de intervenção."
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