New World foi sem dúvida um grande sucesso de lançamento. Em seu primeiro mês de vida, chegou a ter 900 mil players jogando em um dia e por algumas semanas se manteve na faixa de 500-700 mil players diários. Streamers se dedicaram ao jogo e canais do Youtube começaram a se especializar em tutoriais e dicas. Agora, um mês depois, a média de jogadores diários está na faixa de 200-250 mil. Foi uma queda gigantesca de público ativo, mas ainda é um grande número.
É normal que, após a hype inicial, um jogo experimente a queda do número de players e estabilize em uma quantidade de fiéis que realmente se apegaram e querem continuar. O PUBG já teve seus dias de glória, até ser superado por Fortnite e outros battle royales, mas hoje ele vive como um jogo de um nicho fiel de 200-250 mil players diários. Não sobe, mas também não desce.
Os dois maiores fenômenos de popularidade e fidelidade na Steam são Counter Strike (CS GO) e Dota 2, ambos mantendo um público de 600-700 mil players todo santo dia. Este tipo de fidelidade é impressionante já que se trata de dois jogos com mais de uma década de existência. Eles simplesmente se recusam a sair do topo.
Pois bem, New World até parecia que veio pra ficar no topo e manter uma massa de fiéis comparáveis a um Dota ou CS GO, mas aí veio o choque de realidade com a constante queda diária do número de players.
Em parte isto se deve aos bugs. Muitos dos bugs do New World são toleráveis e dá pra jogar numa boa apesar deles. O bug de ficar preso em uma pedra, por exemplo, é tão banal que existe até um recurso de "desprender" no menu. Às vezes os itens mudam de ícone, por exemplo, uma armadura em seu inventário pode aparecer com o ícone de um filé de peixe. É algo irritante, mas que não prejudica a jogabilidade.
Então vieram os bugs mais problemáticos. A machadinha estava causando danos críticos absurdos e com muita frequência, o que foi explorado por jogadores especialmente no PvP. A tempestade de gelo e o pilar de fogo, ao contrário, estavam aleatoriamente não causando dano, o que foi um desanimador nerf para os magos.
A cereja do bolo foi o fato de alguns players mal intencionados se aproveitarem de um bug para clonar itens e moedas, o que bagunçou a economia e o ritmo do jogo. De repente começaram a aparecer players com armadura lendária completa, um item do endgame que deveria ser bem difícil de conseguir e que ficou fácil por causa da fortuna produzida pela clonagem.
Estes problemas já são suficientes pra explicar o sumiço da maioria dos jogadores, mas não creio que seja o principal motivo. A verdade é que a Amazon está dedicada na manutenção do jogo. Existem atualizações semanais e às vezes até uns patchs extras, como foi o caso da correção dos bugs de dano mágico e da machadinha. Bugs são issues temporárias.
O que parece extinguir o interesse dos jogadores é a limitação do conteúdo. Sim, New World tem muuuito conteúdo, um grande mapa cheio de mobs e coisas para coletar. Quem curte life skill e sandbox pode continuar jogando infinitamente. Acontece que você chega muito rápido no topo da evolução do personagem que, no caso, é o nível 60.
Mesmo após chegar ao nível 60, ainda há muito a fazer e é preciso grindar bastante para evoluir seus equipamentos e conseguir itens lendários cada vez melhores, mas convenhamos, a parede de level desanima. Você não sente mais que está evoluindo. Ficar preso no nível 60 dá a sensação de que não há mais nada a fazer.
O Tibia tá aí até hoje porque você pode subir de nível infinitamente, tanto que tem caras acima de 1500. Ganhar um nível após horas, dias ou semanas de dedicação é recompensador e esta recompensa acaba muito cedo no NW.
Obviamente o jogo continuará se expandindo, trazendo novidades a conta-gotas e que a longo prazo promete formar um mundo lotado de conteúdo. Talvez até aumentem o level máximo. New World não vai morrer, mas vai seguir como um jogo nichado. Agora é o momento de calibrar o tamanho deste nicho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário