O termo "hacker" é associado geralmente a criminosos virtuais, mas na verdade hacker é qualquer pessoa que se aprofunda em conhecimentos de tecnologia, particularmente softwares. Cracker é o termo mais apropriado para o hacker que usa seus conhecimentos para invadir sistemas e cometer crimes.
Anyway, o cinema sempre caricaturou os hackers/crackers. São apresentados como gênios com traços de autismo ou com trejeitos e comportamentos peculiares. No mundo real, o hacker pode ser uma pessoa bem comum e não precisa ser um gênio. Basta se dedicar a estudar o assunto.
O primeiro filme sobre hackers que vi há muuitos anos tinha o óbvio título de Hackers (1995), que no Brasil ficou como o brega Piratas de Computador. Protagonizado pela Angelina Jolie, não apresentava hackers como tímidos autistas, mas como aventureiros e badasses, com um jeitão punk.
Um ator que ficou bastante associado ao estereótipo de hacker foi o DJ Qualls. Com sua aparência franzina e rosto incomum, ele facilmente convence que é um nerd com talentos especiais. No filme The Core (2003) e na série Z Nation (2014-2018)¹, por exemplo, ele encarna um hacker que trabalha para o governo.
Na série Mr. Robot (2015-2019), o hacker Elliot não só tem um jeito esquisito e introvertido, como é extremamente perturbado da cabeça, vivendo em um conflito de múltiplas personalidades e esquizofrenia. Ele anda sempre com um capuz cobrindo a cabeça, uma peça de roupa bem típica deste estereótipo.
Não só hackers fictícios são caricatos, como também pessoas reais. No filme "biográfico" do Assange, The Fifth Estate (2013), chamaram o Benedict Cumberbatch para interpretá-lo, um ator conhecido por criar trejeitos e dar um comportamento esquisito a seus personagens. Ora, basta ver algumas entrevistas do Assange para notar que ele tem um jeito de cara bem comum, sem maneirismos chamativos, como a versão do cinema.
Também na "biografia" do Mark Zuckerberg, The Social Network (2010), chamaram um ator bem trejeitoso, o Jesse Eisenberg, que depois ficaria conhecido como o afetado Lex Luthor. Eisenberg retratou o Mark como um cara sarcástico, com um olhar de quem está sempre focado em algum raciocínio e um jeitão arrogante. O verdadeiro Zuckerberg, por outro lado, parece um bobão com riso forçado e gestos robóticos.
O real Zuckerberg é diferente do tipo de estereótipo que criaram no filme, mas convenhamos que ele parece mesmo com um personagem. Zuckerberg é esquisito a ponto de haver teorias conspiratórias afirmando que ele é um alien ou um robô. Todavia, nós que não convivemos com ele não podemos ter certeza de que esse jeito estranho dele também não é um personagem. Sendo o rosto público do Facebook, Zuckerberg é também um ator e pode estar interpretando uma versão caricata de si mesmo.
Tem uma série, porém, em que vi hackers retratados sem caricatura, como pessoas normais. Falo de Halt and Catch Fire (2014-2017), que noveliza o primeiro boom da informática nos anos 80. Estes primeiros hackers são representados mais como empreendedores, gente tentando a sorte no novíssimo negócio da computação. São pessoas inteligentes, com um afiado raciocínio matemático, mas os atores não usaram de maneirismos para torná-los excêntricos.
Notas:
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