Quando saiu o trailer de Wonder Woman 1984 (2020), a hype foi grande. Todas aquelas cores, a música eletrônica, a estética oitentista que chama muito atenção. Essa coisa de nostalgia com os anos 80 tem sido uma moda. Foi usada na trilha sonora dos Guardiões da Galáxia e deu certo, foi usada na ambientação de Stranger Things e deu certo. Também o filme do Bumblebee apostou nesta fórmula. Tinha tudo pra dar certo na Wonder Woman. Mas não deu...
A história começa séria, mostrando a infância de Diana e como ela, ainda criança, já era badass. Aí salta para os anos 80 com suas roupas coloridas, música por toda parte, pessoas malhando nas academias e um clima meio de sitcom. Foi uma época lúdica¹.
Ok, a homenagem é legal, mas o filme acaba se perdendo nisso e passa toda a primeira hora só nisso, esquece que é um filme de super heróis. A gente fica esperando a ação e nada acontece, a coisa fica novelesca e até tenta parecer uma sitcom às vezes, algo bem diferente do tom do primeiro Wonder Woman (2017).
Tanto esquecem que é uma história de super heróis que a Gal Gadot passa a maior parte do tempo em roupas normais, sem a armadura da guerreira Diana. Por outro lado, quando há cenas de ação, a Gal Gadot como sempre manda bem. Além disso, tem um fan service em que ela torna um jato invisível, uma referência à clássica nave da WW que ficou famosa na série animada dos Superamigos.
A evolução dos poderes dela foi um ponto positivo. Vemos como ela tem certas habilidades mágicas e o laço também foi bastante explorado, mostrando sua versatilidade. Ela até segura uma bala com o laço! Também ela aprende a voar, outro poder da WW nos quadrinhos que ela não tinha ainda no primeiro filme. Só ficou meio galhofa a cena em que ela usa o laço pra se balançar nas nuvens e relâmpagos no puro estilo Tarzã.
E falando em figurino, que Mulher-Leopardo chinfrim era aquela (para usar uma gíria dos anos 80). No começo botaram na vilã um vestido com estampa de oncinha. Ok, é uma referência cômica aos anos 80, quando esta estampa era moda entre as "peruas", mas só deixou a vilã zoada.
Já no finalzinho finalmente recorreram ao CGI e a transformaram numa criatura felina, mas mesmo aí parece que economizaram no orçamento, pois a cena se passa no escuro noturno, o que poupa o uso de muitas texturas nos efeitos digitais.
É estranho como o filme parece mais cospobre e com um menor orçamento em relação ao primeiro, sendo que ele custou os mesmos 200 milhões, uma fortuna nível Marvel de produção. Parece que não souberam administrar essa grana.
O vilão principal, interpretado pelo Pedro Pascal, é desinteressante. Ele parece uma paródia de político populista, claramente faz até uma referência ao Trump, com seu cabelo topetudo (o que tem sido outro clichê nos filmes e séries entre 2016 e 2020, pois muuuitos fizeram essa paródia manjada).
Enfim, a história é uma bagunça, de certa forma combinando com o caos que o vilão semeia no mundo ao permitir que todas as pessoas tenham seus desejos magicamente realizados. O que se salva mesmo são os fan services, a evolução dos poderes da Diana, a aparição de sua armadura dourada que, convenhamos, é bem estilosa. No final ainda há uma merecida homenagem à Lynda Carter, a clássica Mulher-Maravilha dos anos 70 (lembrando que ela também já está bem presente na série da Supergirl).
Lynda Carter, como sempre linda. |
Notas:
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