Ao longo da vida passei por vários ciclos de encanto e desencanto, de apatia e redescoberta da alegria. Nas fases de apatia, nada realmente importa, mas nas fases alegres até as coisas mais bobas parecem fascinantes.
Acabei me acostumando a ambos os estados. São como duas pessoas diferentes, cada qual ocupando a casa do meu ser em diferentes estações. Já nem prefiro mais uma ou outra, apenas as acolho quando vêm. Mas confesso que esse estado de perene e suave tristeza me parece estranhamente aconchegante, como um dia frio, como um sapato velho que se molda ao seu pé.
A tristeza já se moldou ao meu ser, já se impregnou de uma forma que nem parece mais ser um incômodo.
(03,07,2021)
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