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A teoria da Terra Oca em Viagem ao Centro da Terra

Journey to the Center of the Earth (2008)

A teoria da Terra Plana se tornou bastante conhecida nos últimos anos, tornando-se material para memes e usada pejorativamente para se referir a pessoas adeptas de pseudociências. Chamar alguém de "terraplanista" virou sinônimo de "pseudocientífico". 

É uma teoria bizarra, convenhamos, pois assume que a Terra tenha um formato achatado, como uma enorme pizza, mesmo admitindo que todos os outros corpos celestes, como a lua, os demais planetas e estrelas, sejam esféricos. A Terra é a diferentona.

Anyway, há outra teoria menos conhecida e que é bem mais legal: a Terra Oca. Este conceito já existe há séculos em mitos antigos, mas recebeu uma abordagem de teoria científica no século XVII, por Edmond Halley.

A teoria tem diversas variantes. Alguns afirmam que a Terra é apenas uma casca com um enorme oco em seu interior, ocupado por um núcleo incandescente que funciona como o sol daquele mundo subterrâneo. Na versão de Halley, há várias camadas de rochas separadas por atmosferas. Júlio Verne adota uma versão mais modesta: há uma espécie de bolha no interior da Terra.

Enquanto em A Volta ao Mundo em 80 Dias¹, Júlio Verne elogia o progresso tecnológico e as facilidades da vida pós revolução industrial, com seus trens e navios velozes, em Viagem ao Centro da Terra ele se volta para a pura curiosidade científica e a disposição aventureira de um bom cientista a fim de explorar o desconhecido.

Não sei por que, mas a forma como o autor descreve o velho professor Lidenbrock me faz imaginá-lo parecido com o Torvald, de Paladins². Acompanhado de seu sobrinho e um lacônico e badass guia, o cientista vai se aprofundando em cavernas até encontrar uma espécie de galeria, porém tão enorme que não é possível ver o seu fim no horizonte.

Nesta imensa bolha subterrânea, todo um mundo se formou com um lago tão imenso que pode ser chamado de oceano, uma atmosfera elétrica que possui nuvens e luz própria, florestas, ilhas, criaturas pré-históricas e, a cereja do bolo, eles veem um hominídeo, um ser gigante e primitivo.

Esta história rendeu várias adaptações cinematográficas, como a Journey to the Center of the Earth (2008), da época que o Brendan Fraser ainda era galã de filmes de aventura. O filme em geral foi bem fiel em representar o mundo descrito por Verne, com a diferença que os exploradores são personagens contemporâneos e no lugar do guia brucutu colocaram a bela Anita Briem. 

Também era a época da moda dos filmes 3D, de modo que há várias cenas com objetos sendo lançados na direção da tela, pois quem usava os óculos 3D tinha a impressão de que os objetos estavam vindo em sua direção. Ainda bem que essa breguice acabou.

No livro, a maneira como os exploradores conseguem voltar à superfície é bem Deus ex machina: eles são impulsionados por um esguicho de vapor e lava que transforma a rocha em que estão numa espécie de elevador natural. No filme de 2008 é recriada uma cena parecida.

Journey to the Center of the Earth (2008)

Notas:


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