A franquia Stargate começou com o filme de mesmo nome, lançado em 1994, seguindo pelas séries Stargate SG-1 (1997-2007), Stargate Infinity (2002-2003), Stargate Atlantis (2004-2009) e, por fim, Stargate Universe (2009-2011).
Toda esta produção montou uma mitologia própria envolvendo uma antiga civilização alienígena, os Antigos, que desenvolveu tecnologias avançadas, sendo a principal delas o stargate, um portal que permite a viagem através de buracos de minhoca, a saber, atalhos no espaço que conseguem saltar entre locais incrivelmente distantes.
O diferencial na última série, Stargate Universe, está na existência de uma nave desenvolvida pelos Antigos há milhões de anos, chamada Destino. Ela se torna a tecnologia e a descoberta mais revolucionária até então, superando o próprio stargate.
Isto porque é capaz de saltar no espaço a velocidades acima da luz e pela sua inteligência artificial. A nave tem um banco de dados riquíssimo, com toda a ciência dos Antigos acumulada, consegue viajar entre galáxias (estamos falando de distâncias de bilhões de anos-luz), imergir em estrelas para "recarregar as baterias" e ainda é capaz de fazer o download de uma consciência humana. Isso mesmo, é possível realizar no computador da nave a tão sonhada transferência mental.
Temos, portanto, uma série da categoria space opera, uma opera espacial, que envolve histórias ambientadas em viagens pelo espaço. Obviamente há vários elementos de ficção científica cibernética, como o fenômeno da transferência mental. E a tripulação visita muitos planetas, alguns dos quais contendo civilizações já extintas ou mesmo em funcionamento.
De certa forma, porém, trata-se de uma ficção científica soft porque não dá tanta ênfase ao aspecto futurista e tecnológico da trama, antes chamando mais atenção aos conflitos e relacionamento entre os personagens.
Dentre todos os personagens, de longe meu preferido foi, desde o primeiro episódio, o cientista Rush (Robert Carlyle). Carlyle já tem uma familiaridade com personagens complexos e ambíguos, com um lado humano muito forte, personagens que erram, mentem, são imprevisíveis, traiçoeiros, antipáticos, mas que também amam e ajudam as pessoas. Lembrando que ele se destacou no papel do anti-herói Rumpelstiltskin, na série Once Upon a Time, mas o Dr. Rush não é menos interessante.
Rush é um cientista brilhante e o único em toda a tripulação da nave Destino, ou mesmo em toda a equipe envolvida no projeto Stargate, que tem uma visão muito além dos limites terrenos. Enquanto todos estão apenas preocupados em voltar pra Terra, Rush quer descobrir qual o propósito da nave, da tecnologia stargate, e mesmo quer chegar ao âmago, ao princípio de tudo, descobrir a inteligência primordial que parece ter existido no início do universo.
Ele é o cientista ou filósofo perfeito, dotado de uma curiosidade cósmica. Foi isto o que mais me encantou em Rush, a grandeza dos horizontes em sua mente.
Infelizmente a série foi prematuramente cancelada, deixando em aberto muitas questões e mistérios envolvendo a mitologia stargate. A marca Stargate pertencia ao velho estúdio MGM que entrou em falência, afundando consigo esta que foi uma das mais famosas franquias de ficção espacial. Agora só podemos torcer que uma Disney da vida adquira os direitos e Make Stargate Great Again.
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