Costuma-se dizer que, ao menos na última década, a DC tem mais qualidade nas animações enquanto a Marvel vai melhor nos filmes. Existe ainda outra mídia em que a DC domina já há bastante tempo: as séries. Não que a Marvel não tenha seus casos de sucesso, mas a DC já tem uma longa tradição nessa área.
Há quase vinte anos, a DC fez um grande sucesso com Smallville (2001-2011) e mesmo antes disto o Superman já teve seu show televisivo no novelístico Lois & Clark (1993-1997), bem como o Flash, com uma breve, mas marcante série em 1990 (tanto que na série atual o ator retornou no mesmo papel como um Flash do multiverso).
Há quase vinte anos, a DC fez um grande sucesso com Smallville (2001-2011) e mesmo antes disto o Superman já teve seu show televisivo no novelístico Lois & Clark (1993-1997), bem como o Flash, com uma breve, mas marcante série em 1990 (tanto que na série atual o ator retornou no mesmo papel como um Flash do multiverso).
A nova fase da DC, em termos de séries, começou em 2012 com o Arrow, que deu início a uma série de spin-offs, gerando o arrowverso, contendo shows do Flash, Supergirl, Legends of Tomorrow, Batwoman, Constantine e vários outros personagens, construindo um amplo multiverso compartilhado como nunca se viu antes.
Curiosamente, Gotham (2014-2019), mesmo tendo surgido no mesmo ano da série do Flash, não fez parte do arrowverso e em nenhum momento rolou qualquer crossover entre estes mundos. Gotham é uma série mais isolada e também a mais sombria e adulta, o que combina com o ambiente. Afinal estamos falando de Gotham City, a cidade terrestre mais barra-pesada da DC.
Com uma estética noir, o show é focado na carreira do James Gordon ainda em sua juventude, de modo que a série adota o gênero policial, com direito a muita violência e até mesmo gore. Nenhum outro programa de super-heróis atual possui tanta violência explícita (supera até mesmo a série do Justiceiro). Pessoas morrem espancadas, alvejadas, perfuradas, esquartejadas, enforcadas, queimadas, congeladas, envenenadas e por aí vai.
Não que seja um show de horror, pois há um certo ar de galhofa em toda essa violência e, de toda forma, não parece ser algo gratuito, mas bastante adequado ao ambiente e ao tema da série. Afina, repito, estamos falando de Gotham City.
Quanto ao Batman, ele está lá, mas ainda em gestação, ainda criança e depois adolescente, transformando-se lentamente, até que nas últimas temporadas chega a vestir uma roupa preta e sair na noite, mas a proposta da série nunca foi ser sobre o Batman, mas sobre o mundo do Batman, o que ela construiu muito bem.
Quem brilha nesse show são os vilões, um melhor que o outro. Eles chegam a ser mais complexos do que a maioria dos vilões de todos os filmes do Batman, com exceção óbvia do Coringa. O Pinguim da série é um personagem profundo, multifacetado, com uma mente estratégica. Ele consegue evoluir de um mero capanga a chefão da máfia usando suas artimanhas e manipulando pessoas. É o principal vilão da série.
O Charada é um nerd que desenvolve um alter ego psicopata, criando uma interessante personalidade conflituosa. A chefona Fish Mooney (charmosamente interpretada pela Jada Smith) é uma das vilãs mais badass.
Vários outros bandidos, anti-heróis e malucos são trazidos dos quadrinhos, como a Selina kyle (futura Mulher-Gato), Solomon Grundy, Harvey Dent, Azrael, Mad Hatter, Poison Ivy, Ra's al Ghul e até a Corte das Corujas, criada recentemente nos Novos 52, tem seu espaço. É um verdadeiro gothamverso.
Na quinta e última temporada, a série passa por uma interessante mudança. O objetivo de Gotham era ser um spin-off do universo do Batman focado no início de carreira do jovem Jim Gordon (que nos quadrinhos sempre apareceu como um comissário com a carreira já feita e cabelos brancos). Acompanhamos então o Gordon lidando com vários dos vilões clássicos de Gotham, também em suas versões mais jovens e pré-Batman.
Esta série, aliás, acaba revisando um conceito comum sobre os vilões. Geralmente se considera que Batman surgiu primeiro e os vilões são uma resposta à sua presença na cidade. Na obra A Piada Mortal, por exemplo, o Coringa é acidentalmente criado pelo Batman quando este persegue o atrapalhado comediante, fazendo com que ele caia no tanque químico.
Na série, ao contrário, muitos dos vilões já existiam na cidade antes do Batman e o jovem Bruce Wayne é que é moldado por eles para se tornar o morcegão quando adulto. Isto até faz mais sentido. A cidade de Gotham criou tanto seus heróis quanto seus vilões. O Batman não é o centro do fenômeno. A própria Gotham é.
A quinta temporada então desvia um pouco a atenção do Gordon para finalmente transformar Bruce Wayne em Batman, tanto que todos os 12 episódios desta temporada final têm o título "Legend of the Dark Knight".
Mesmo focando agora na gênese do Homem-Morcego, a série continuou desenvolvendo muito bem todos os outros personagens. Agora a Selina aparece adulta (mudando a atriz de Camren Bicondova para Lili Simmons), temos a Bárbara Gordon ainda criança (futura Batgirl nos quadrinhos), a dupla Pinguim e Charada continua evoluindo sua complicada parceria e criou-se até uma situação em que o Pinguim tem um olho ferido de modo que ficou explicada a origem do clássico monóculo do personagem.
Quanto ao Batman, acho que o jovem ator David Mazouz fez um ótimo trabalho que evoluiu bem ao longo dos cinco anos da série. Quando começou, ele era um pivete interpretando Bruce Wayne ainda criança e acompanhamos o crescimento do personagem ano a ano até aparecer jovem-adulto finalmente vestindo a máscara do Morcego.
Por mim continuavam o trabalho com ele até um filme, ou melhor, filmes, no futuro, daqui a uns dez anos talvez, quando ele será um Batman mais maduro e pronto para encontrar os futuros membros da Liga da Justiça... mas estou devaneando.
Vários outros bandidos, anti-heróis e malucos são trazidos dos quadrinhos, como a Selina kyle (futura Mulher-Gato), Solomon Grundy, Harvey Dent, Azrael, Mad Hatter, Poison Ivy, Ra's al Ghul e até a Corte das Corujas, criada recentemente nos Novos 52, tem seu espaço. É um verdadeiro gothamverso.
Na quinta e última temporada, a série passa por uma interessante mudança. O objetivo de Gotham era ser um spin-off do universo do Batman focado no início de carreira do jovem Jim Gordon (que nos quadrinhos sempre apareceu como um comissário com a carreira já feita e cabelos brancos). Acompanhamos então o Gordon lidando com vários dos vilões clássicos de Gotham, também em suas versões mais jovens e pré-Batman.
Esta série, aliás, acaba revisando um conceito comum sobre os vilões. Geralmente se considera que Batman surgiu primeiro e os vilões são uma resposta à sua presença na cidade. Na obra A Piada Mortal, por exemplo, o Coringa é acidentalmente criado pelo Batman quando este persegue o atrapalhado comediante, fazendo com que ele caia no tanque químico.
Na série, ao contrário, muitos dos vilões já existiam na cidade antes do Batman e o jovem Bruce Wayne é que é moldado por eles para se tornar o morcegão quando adulto. Isto até faz mais sentido. A cidade de Gotham criou tanto seus heróis quanto seus vilões. O Batman não é o centro do fenômeno. A própria Gotham é.
A quinta temporada então desvia um pouco a atenção do Gordon para finalmente transformar Bruce Wayne em Batman, tanto que todos os 12 episódios desta temporada final têm o título "Legend of the Dark Knight".
Mesmo focando agora na gênese do Homem-Morcego, a série continuou desenvolvendo muito bem todos os outros personagens. Agora a Selina aparece adulta (mudando a atriz de Camren Bicondova para Lili Simmons), temos a Bárbara Gordon ainda criança (futura Batgirl nos quadrinhos), a dupla Pinguim e Charada continua evoluindo sua complicada parceria e criou-se até uma situação em que o Pinguim tem um olho ferido de modo que ficou explicada a origem do clássico monóculo do personagem.
Quanto ao Batman, acho que o jovem ator David Mazouz fez um ótimo trabalho que evoluiu bem ao longo dos cinco anos da série. Quando começou, ele era um pivete interpretando Bruce Wayne ainda criança e acompanhamos o crescimento do personagem ano a ano até aparecer jovem-adulto finalmente vestindo a máscara do Morcego.
Por mim continuavam o trabalho com ele até um filme, ou melhor, filmes, no futuro, daqui a uns dez anos talvez, quando ele será um Batman mais maduro e pronto para encontrar os futuros membros da Liga da Justiça... mas estou devaneando.
De bônus, deixo aqui a beleza da nossa brasileira Morena Baccarin.
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