O que distingue o pornô do erotismo artístico às vezes é uma linha tênue. Alguém pode dizer que é o propósito principal do conteúdo. O pornô visa principalmente e até exclusivamente provocar a excitação do público, servir de estímulo para a masturbação ou o sexo. Todavia, os filmes cinematográficos também podem ter cenas eróticas que as pessoas usem com este objetivo.
Outro pode dizer que a diferença está na elaboração do conteúdo. O pornô tem geralmente um trabalho artístico amador dos atores, da câmera, da direção e mais ainda da história. Um entregador de pizza bate à porta, rola uma breve conversa trivial e de repente estão todos transando. Mas hoje em dia quem pode dizer que isto também não é arte? Há quem cole um pedaço de papel na parede em um museu e isto é chamado de arte moderna.
Enfim, estou divagando. A questão é que Outlander (2014-) beira este limite entre romance erótico e pornô. Baseada na obra de Diana Gabaldon e adaptada para TV por Ronald D. Moore (que fez uma longa carreira como roteirista nas séries de Star Trek e Battlestar Galactica), a história é muito bem elaborada, tanto no roteiro quanto na produção.
A protagonista, Claire, magicamente viaja no tempo para a Escócia do século XVIII. Convivendo com os escoceses, apaixona-se e casa-se com um deles e passa a enfrentar os perigos da vida naqueles tempos, principalmente por causa do conflito entre escoceses e ingleses.
Até aí temos uma novela de época bem caprichada em cada detalhe, nos figurinos, nos cenários, o contexto histórico. Trabalharam até mesmo o sotaque e o linguajar na antiga língua gaélica. Há, porém, um diferencial: a constante presença de cenas eróticas e nudez.
Game of Thrones (2011-2019) chamou atenção pela presença de nudez crua e cenas e sexo, sendo também uma série de época e fantasia. Pois bem, Outlander consegue superar GoT na frequência com que as coisas rumam para a putaria.
Começa com o casal de protagonistas, que conclui qualquer diálogo com uma transa, e a coisa vai evoluindo quando o marido da Claire é aprisionado e estuprado, passando por uma verdadeira lavagem cerebral sadomasoquista nas mãos do vilão. E assim termina a primeira temporada, com a Claire lidando com seu marido que retorna psicologicamente quebrado dessa experiência sodômica.
A série dura até hoje, tendo já seis temporadas, mas dropei no fim da primeira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário