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James Webb e a Sonda Parker fazendo história

Parker Probe

Este último mês de 2021 teve dois eventos de grande importância para a astronomia e para a civilização. O maior de todos foi o lançamento do telescópio James Webb. Este foi nada menos que o projeto mais caro da NASA, chegando aos 10 fucking bilhões de dólares.

O projeto existe desde o início dos anos 2000 e o lançamento teve mais adiamentos que o Cyberpunk 2077, o que acabou aumentando bastante o custo, mas finalmente o dia chegou. A estimativa é que ele dure de 5 a 10 anos, bem menos que o Hubble que já está aí no espaço desde 1990, mas em compensação ele tem uma capacidade de captação muito superior à do Hubble e vai enxergar além, praticamente até às origens do universo.

Também diferente do Hubble, que está na atmosfera da Terra como um satélite (cerca de 7 mil quilômetros), o Webb vai ficar além da Lua, a 1,5 milhão de quilômetros, realizando uma órbita de seis meses em volta da Terra. Além de ter equipamentos mais avançados que o Hubble, o fato de o Webb ficar no vácuo do espaço, longe das interferências atmosféricas da Terra, dá ainda mais vantagem em termos de captação de radiações cósmicas.

O Hubble era essencialmente uma gigantesca máquina fotográfica, literalmente tirando fotos dos confins do universo. O Webb, por sua vez, vai se concentrar na radiação infravermelha, ou seja, o espectro não visível ao olho humano, de modo que fará descobertas reveladoras.

Enfim, se a missão der certo, ao longo desta década teremos um volume gigantesco de informação coletada acerca dos primórdios do universo, o que ajudará no amadurecimento das teorias estabelecidas e também no surgimento de novas teorias sobre o passado do cosmo.

Todavia, além desta contribuição para o conhecimento acadêmico do universo, o Webb também tem uma missão que será muito marcante para a civilização e a cultura humana: ele irá encontrar planetas com uma precisão que até então não tínhamos. 

Há poucas décadas, descobrir planetas além do sistema solar, galáxia adentro, era uma tarefa quase impossível, afinal planetas não têm a mesma luminosidade das estrelas. Agora já fomos capazes de encontrar alguns milhares e com este novo telescópio o número vai crescer bastante, aumentando a nossa coleção de tipos de planetas e identificando um número cada vez maior de planetas parecidos com a Terra ou com uma provável chance de abrigar vida.

Será que o Webb conseguirá encontrar traços de civilização em alguns destes planetas? Posso estar com uma expectativa alta demais, mas vai que... 

Notar sinais de civilizações tecnológicas pelo universo é algo que em alguns anos ou décadas se tornará comum para nós. A questão mesmo é o que devemos fazer diante disto. Imagine que um dia, num futuro próximo, encontremos um planeta que dê claros indícios de ter uma alta civilização, devemos enviar sinais de saudação na direção deste planeta ou é melhor ficarmos quietinhos pra não corrermo o risco de atrair possíveis predadores? 

Anyway, partindo para o outro evento, também tivemos um feito da sonda Parker. Esta pequena nave foi lançada em 2018 na direção do Sol e este mês ela finalmente alcançou a área da coroa solar que é o que se pode chamar de atmosfera do Sol, a vasta cabeleira solar, sua região mais superficial e que é curiosamente mais quente que a "bola" solar em si, chegando a 2 milhões de graus Celsius.

Esta sonda, que tem um poderoso escudo contra o calor intenso, vai continuar orbitando o Sol por anos, coletando dados sobre a sua superfície e o vento solar, o que ajudará bastante a compreender o temperamento deste ser majestoso que tanto pode alimentar a vida na Terra quando nos destruir num instante. 

A cada órbita a sonda tem se aproximado mais do Sol e a estimativa é que chegue até 6 milhões de quilômetros da fotosfera. A esta altura, devido ao imenso impulso gravitacional, ela estará navegando a 700 mil quilômetros por hora, tornando-se a nave humana mais veloz até então.

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