Desde que me lembro, sempre amei a Morte. Sempre me senti íntimo dela e a enxerguei com o velho romantismo dos góticos novecentistas. Pode ser uma característica escorpiana, pode ter a ver com a esperiência de sufocação que tive ainda no ventre e que, desde o início da vida, me familiarizou com a morte. O fato é que ultimamente tenho percebido que um grande número de pessoas passou a cultuar a Morte e até admirá-la e confesso que isso me deixa enciumado. Quem são essas pessoas estranhas entrando em um templo que há décadas frequento em solitude? Transeuntes atraídos por uma curiosidade de turistas. Quando essa moda vai passar? Quando voltarei a ficar a sós com ela?
(01,12,2021)
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