Eddie Murphy é provavelmente o ator mais transformista de Hollywood. Em seus filmes clássicos, ele ficou conhecido por interpretar vários papéis usando muita maquiagem cinematográfica, mudando de idade, de peso, de sexo... Ninguém chegou perto dele neste quesito, até que surgiu a Tatiana Maslany.
Orphan Black (2013-2017) é uma série sobre clones, então é de se esperar que uma mesma pessoa interprete vários papéis. Só que ninguém esperava que alguém fosse fazer algo tão primoroso como o que a Tatiana Maslany fez.
Ela começou devagarinho, quando sua personagem Sarah Manning se depara pela primeira vez com uma clone, e aos poucos vai descobrindo toda uma conspiração envolvendo clonagem e encontra outras da sua espécie. É aí que a coisa vai ficando interessante: o clube das clones.
Com ajuda de um constante trabalho de maquiagem, mudando roupas, cabelos, adereços, Maslany foi além da aparência e elaborou tons de voz, sotaques, trejeitos. De uma clone pra outra ela se transforma totalmente. Sua maneira de olhar, de sorrir, tudo muda. E a gente fica se perguntando: "Como diabos ela consegue fazer isso?".
A fofa nerdinha Cosima. |
No clube das clones temos uma versão dela policial, outra que é uma dona de casa convencional, uma nerd com cabelo rastafári, uma sádica executiva, uma hacker, uma cabeleireira, mas pra mim a mais interessante foi a Helena, uma ucraniana que teve uma rígida e sofrida criação, sendo a mais esquisita, antissocial e agressiva das clones.
Algumas das melhores cenas da série foram protagonizadas pela Helena, como a sua briga de bar ou quando ela se tranca num galpão e massacra uns mafiosos, mostrando quão badass ela é. Além de ter um jeitão e aparência bem peculiares, ela tem o melhor arco dramático da série.
Sua trama é mostrada desde sua infância perturbada, que desenvolveu nela hábitos de autoflagelação, até a problemática vida adulta, quando redescobre sua humanidade com a amizade das clones e chega ao auge da redenção ao engravidar e conceber duas crianças.
Ou seja, ela foi criada como um monstro de Frankenstein, uma assassina fria e animalesca, mas com o tempo se tornou capaz de conviver e se importar com outras pessoas e até de cuidar de frágeis e dependentes bebês.
Ou seja, ela foi criada como um monstro de Frankenstein, uma assassina fria e animalesca, mas com o tempo se tornou capaz de conviver e se importar com outras pessoas e até de cuidar de frágeis e dependentes bebês.
Além do excelente trabalho da atriz e da equipe de maquiagem, outra coisa que chama atenção é a produção dos efeitos especiais. Tá certo que hoje em dia qualquer pessoa com um software em casa pode editar cenas com sobreposições de imagens, mas a forma fluida e natural com que são feitas estas cenas realmente impressiona.
Na década de 90, o Forest Gump impressionou a todos sobrepondo o Tom Hanks em cenas históricas, mas hoje isso já é algo trivial na tecnologia de edição de vídeo. De toda forma, em Orphan Black foi feito um trabalho impecável e que exigiu da equipe e especialmente da Maslany bastante dedicação para gravar a mesma cena de novo e de novo, trocando várias vezes de figurino, até montar tudo e de repente vemos 4, 5 clones interagindo simultaneamente na tela como se realmente fossem pessoas diferentes.
Clube das clones. |
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