Quando vi o trailer de Train to Busan (Busanhaeng, 2016) lá em 2016, não pude deixar de pensar em como o título soa, em português, como "Trem pro busão". Anyway, a princípio achei que seria algum filme genérico de zumbis. Mas que nada.
Inspirado pelo momento atual em que só se fala em pandemia e quarentena, resolvi finalmente assistir e foi bem melhor do que eu esperava. O terror sul-coreano nunca decepciona.
Rusbé! |
A trama é simples: em meio ao surto do apocalipse zumbi, um pai, que viaja com a filha em um trem, tenta sobreviver à viagem junto de outros passageiros. A trilha sonora é envolvente, variando entre músicas melancólicas e tensas; e o filme mantém um estado constante de tensão e correria naquele ambiente claustrofóbico do trem.
Os protagonistas são figuras estereotipadas, o que faz com que rapidamente criemos simpatias ou antipatias. Tem um mendigo com estilo de profeta do apocalipse, um cara fortão que sai no soco contra os zumbis, um investidor financeiro que o filme faz questão de repetir que ele é egoísta, e a pequena filha dele que é simplesmente a melhor atriz de toda a história.
Esse tema da solidariedade versus egoísmo é bastante explorado (algo na verdade bem comum em filmes de zumbis). Tem uns caras escrotos que só pensam em si e acabam levando outras pessoas à morte, mas também acabam morrendo para que a gente possa dizer "Bem feito!". Tem gente altruísta que se sacrifica pra salvar os outros e tem o pai da garotinha que passa por uma jornada de aprendizado, evoluindo do egoísmo para o heroísmo.
"Coma este livro, seu zumbi ignóbil!" |
Spoiler: Train to Busan não tem dó dos personagens (o que é ótimo) e no fim da viagem só sobram duas sobreviventes: uma mulher grávida e a garotinha. Elas atravessam um túnel, finalmente chegando em Busan, que é dito ser ainda um lugar seguro. Protegendo a entrada da cidade, uns soldados avistam as duas ao longe e, na dúvida se são infectadas, recebem a ordem para atirar.
Esse é um dos personagens mais badass que já vi num filme de zumbi. |
Essa guria foi simplesmente a melhor atriz do filme. |
Isto lembra a cena final do clássico A Noite dos Mortos-Vivos (1968) em que o protagonista, após sobreviver a todo o terror, é inesperada e acidentalmente morto pelos militares, frustrando maravilhosamente a expectativa do público. Aqui, porém, optaram por manter uma pitada de esperança, e, ao ouvir a menina cantando, os militares sabem que ela não é zumbi e não atiram.
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