Este filme teve sua gênese no conto Button, Button, escrito por Richard Matheson, um premiado escritor de ficção fantástica que influenciou autores famosos como Stephen King, Anne Rice e George Romero.
O conto foi adaptado para a TV em 1986, num episódio da série The Twilight Zone (transmitida no Brasil como Além da Imaginação pelo canal SBT) e, por fim, em 2009, ganhou sua versão no cinema, estrelada por Cameron Diaz e James Marsden.
A história já começa de maneira incomum, quando um casal financeiramente arruinado recebe uma caixa de madeira com um botão vermelho e a proposta de um homem estranho (Frank Lagella) que tem metade do rosto deformado.
O homem se comporta como um vendedor apresentando um produto e, tranquilamente, propõe uma espécie de jogo ou acordo: se eles apertarem o botão vermelho, alguém no mundo morre e eles recebem uma generosa recompensa em dinheiro.
Obviamente o casal desconfia de uma proposta tão surreal, mas, como nada têm a perder, terminam por apertar o botão, o que dá início a uma série de eventos cada vez mais bizarros e assustadores, uma grande conspiração.
Os eventos acontecem na década de 70 e o protagonista trabalha na NASA e aos poucos descobre uma espécie de presença alienígena na Terra. Mais do que isto, estes aliens são tão poderosos que parecem ter um plano grandioso para a humanidade, um plano de selecionar os moralmente puros e exterminar os demais. A caixa, então, servia como um teste para averiguar quem era íntegro o bastante para resistir à proposta de matar um humano em troca de fortuna.
Dessa forma, a trama mistura ficção científica e misticismo, pois estes aliens, que parecem ser de uma dimensão superior, agem como deuses e juízes desse mundo e nas entrelinhas se entende que a Terra é uma espécie de purgatório.
Em determinado momento, o homem de rosto deformado explica o porquê de usarem uma caixa. Afirma que o corpo é uma caixa para a alma, que o planeta é uma caixa para a humanidade, enfim, que os seres desta dimensão vivem confinados em caixas, a prisão da matéria, uma ideia bastante platônica e gnóstica.
Toda essa mistura de gêneros torna The Box um tanto inclassificável e por isso mesmo um filme bem interessante e único. Drama psicológico, ficção científica, suspense policial, fantasia, conspiração, misticismo... enfim, uma obra bastante mindblow.
Esta ideia de aliens que vêm julgar a humanidade está presente em alguns mitos religiosos e, aqui no Brasil, ficou bem conhecida na profecia da Data Limite de Chico Xavier, que dizia que seres espirituais superiores, alienígenas, visitaram a Terra na década de 60 e deram um ultimato para que a humanidade evoluísse moralmente.
Também o filme lembra bastante em sua premissa o conto O Mandarim (1880), de Eça de Queiroz, segundo o qual o Diabo ofereceu a um homem a fortuna de um mandarim chinês e tudo o que ele precisava fazer era tocar uma campainha, fazendo com que o mandarim morresse imediatamente lá do outro lado do mundo.
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