Ana (Manuela Vellés) é uma garota hippie que vende suas pinturas e vive numa caverna à beira-mar com seu pai. Eles são bem felizes com esta vida simples, então Ana é descoberta por uma mecenas, uma patrocinadora de artistas, que a leva para a capital a fim de estudar arte e vender suas obras.
Descobre-se na garota um dom especial. Ela começa a apresentar visões em que experimenta outras vidas, de modo que a mecenas chama um hipnotizador para ajudar Ana a vasculhar todas as suas lembranças. O resultado é uma longa aventura por eras passadas em que ela relembra as vidas de várias mulheres, todas vitimadas pela opressão masculina em guerras e perseguições políticas ou religiosas.
Desta forma, Ana se torna uma espécie de símbolo da divindade feminina e de todas as mulheres, e sua existência é um protesto contra os abusos cometidos pelo patriarcalismo, pela violência dos homens.
O diretor Julio Médem é um ativista político e neste filme aproveita para criticar a intervenção e opressão dos Estados Unidos sobre os povos árabes. Além disso, ele havia sofrido a morte de sua irmã, Ana, morta aos 20 anos, de modo que em sua homenagem batizou a protagonista com o mesmo nome. Inclusive as pinturas da personagem Ana foram originalmente feitas pela própria irmã de Médem.
A história é um pouco cansativa e o roteiro confuso, mas o tema é interessante, explorando a estrutura da mente, hipnose e o conceito de consciência como um organismo coletivo, formado pelas memórias de todas as pessoas, de qualquer lugar ou época.
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