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A sabedoria de Odin

Odin by Georg von Rosen

Ao se falar em mitologia nórdica, a divindade mais conhecida é com certeza Thor, cujo poder tem aspectos mais físicos que mentais. Seus poderes mais conhecidos são a força, o uso de um martelo de batalha mágico, o domínio dos raios atmosféricos, algo que lembra um aspecto do grego Zeus.

Todavia, Thor não é o mais importante deus desse panteão, nem o mais poderoso. Quem ocupa tal posição é Odin, pai de Thor e fonte de todo o equilíbrio e ordem no mundo dos deuses (Asgard) e humanos (Midgard) da mitologia nórdica.

Odin também nos lembra um aspecto de Zeus, o intelectual. Zeus não era apenas um atirador de raios e espancador de titãs. Era dono de grande sabedoria. Tanto que a deusa da sabedoria, Atena, nasceu de seu cérebro. 

Mas voltemos a Odin. Este deus tanto valorizou a sabedoria que fez sacrifícios para adquiri-la. Enforcou-se na árvore cósmica (Yggdrasil) para morrer e ter acesso ao conhecimento dos mortos e ser iniciado na busca pela sabedoria. 

Depois arrancou um dos próprios olhos e lançou num poço mágico que nutria a árvore (Mimir) para ter direito a um gole do poço que continha todo o conhecimento do passado, presente e do futuro do universo. Foi assim, renunciando à própria vida e até a uma parte de si, o olho, que Odin finalmente se tornou o deus da sabedoria, o mago por excelência.

Odin, assim como Hórus, Zeus e outros personagens míticos, ilustra o fato de que a busca pela sabedoria exige sacrifícios. No caso do cientista Fausto, exigiu até um pacto com o Diabo.

Para os iniciados, este sacrifício envolve essencialmente a renúncia do ego, das certezas. É preciso primeiro esvaziar-se, destruir as próprias crenças em que se mantinha confortável, morrer e trilhar o caminho da dúvida, para recomeçar a busca pelo conhecimento.

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