Edward Morra (Bradley Cooper) é um escritor nada brilhante. Vive em Nova Iorque, cheio de dívidas, sem renda fixa, com dificuldades em escrever o livro encomendado por uma editora e ainda dispensado pela namorada justamente por causa de sua vida instável.
Por acaso é apresentado a uma nova droga na forma duma pílula translúcida, o NZT-48. Informado que ela permite ao cérebro utilizar 100% de sua capacidade, resolve provar na esperança de pelo menos ter inspiração para concluir o livro.
O efeito da droga se mostra bem maior do que ele esperava. Ele adquire uma visão ampla de mundo, uma clarividência. Tudo à sua volta se torna compreensível, previsível, o comportamento das pessoas pode ser deduzido em algorítimos, e sua memória acessa e utiliza qualquer informação que ele já tenha adquirido durante a vida. Até mesmo percebe que sabe lutar simplesmente recordando filmes e documentários sobre luta que assistira ao longo dos anos.
Eddie ainda tem a sorte de conseguir um grande suprimento da droga, de modo que passa a consumir uma pílula por dia e assim se manter sempre brilhante. Obviamente aplica sua nova habilidade para mudar de vida. Torna-se um incrível investidor do mercado financeiro, investe em negócios e até mesmo adquire seu próprio laboratório farmacêutico que usa como fachada pra continuar desenvolvendo a droga para seu consumo.
Mas essa nova vida tem um preço. Existem outras pessoas interessadas no NZT, de modo que Eddie se torna alvo de uma perseguição. Além disso, descobre efeitos colaterais do fármaco que levaram outros usuários à morte, o que significa que ele também pode estar com a saúde em risco.
O tema do filme é algo que já tem até nome, embora ainda pouco conhecido, o transumanismo. Não é uma ideia nova. Pelo contrário, a ficção sempre explorou a possibilidade do ser humano transcender seus limites. Seja um Aquiles banhado em um rio mágico e se tornando um humano invulnerável em batalha, ou um alquimista medieval provando o elixir da vida eterna, ou um homem transformado em máquina de guerra, como o Robocop, ou mutantes como os X-Men, enfim, sempre se imaginou a possibilidade de nos tornarmos super.
Agora com o progresso da engenharia genética, da cibernética e da farmacologia, a ideia transumanista torna-se menos fantasia e mais próxima do possível. Não é tão fictício imaginar uma droga que aumente o desempenho do cérebro, que torne uma pessoa mais inteligente, talvez genial.
De certa forma, um filme como este é uma espécie de profecia, de previsão do que pode vir a ser o homem num futuro próximo, contando com a ajuda da tecnologia, um humano com suas capacidades ampliadas numa espécie de salto evolutivo auto-proporcionado.
É óbvio que muitos detalhes da história não são verossímeis. A própria afirmação de que o cérebro usa apenas 20% de sua capacidade é uma informação sem embasamento e também não é certo que uma pessoa com o uso pleno de sua inteligência seja como o personagem.
O filme, lançado em 2011, é baseado na novela The Dark Fields, do escritor irlandês Alan Glynn, publicada em 2001. Em 2015 foi produzida uma série de TV derivada do filme, com 22 episódios (post aqui).
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