As traduções brasileiras dos títulos de filmes têm uma tradição de serem preguiçosas e repetitivas. Claro que vez ou outra conseguem ser fiéis à criatividade original, ou até fazer algo melhor, como é o caso de Police Academy que em português ganhou o bem bolado nome Loucademia de Polícia. De toda forma, muitas vezes parece que o pessoal responsável por essas traduções tem uma preferência por certas palavras que se repetem muuuito. Um exemplo é "do futuro".
Claramente tudo começou com o Exterminador do Futuro, cujo título original era simplesmente The Terminator (1984). Provavelmente devido ao sucesso do filme, os traduteiros passaram a surfar na onda. Quer chamar atenção pra um filme de ficção científica? Coloca aí "do futuro" no título. E assim surgiu o "efeito Exterminador do Futuro" nas traduções brasileiras.
O título original tem uma sonoridade legal: Total Recall (1990). Podiam até ter deixado em inglês mesmo. Why not? Mas resolveram traduzir como O Vingador do Futuro. Afinal é o mesmo ator de Terminator, né...
Alguns anos depois veio Ghost in the Shell (1995), que também é um belo título e até meio que intraduzível, pois não há expressão semelhante em português. Como ficou por aqui? O Fantasma do Futuro. No remake de 2017 deram uma leve alterada para A Vigilante do Amanhã, o que dá no mesmo.
O título original é simplesmente Soldier (1998). O que os tradutores fazem? Colocam O Soldado do Futuro.
Aí pra piorar ainda usam o mesmíssimo nome para outro filme, no caso, The Machine (2013), que virou Soldado do Futuro.
No caso de Looper (2012), pelo menos mantiveram o título original e podia ficar por aí mesmo, mas as traduções brasileiras têm essa mania de inserir um subtítulo mais explicativo, aí colocaram "Assassinos do Futuro".
O título original é Automata (2014), algo que coloca a ênfase na inteligência artificial, nos robôs do filme. O tradutor preferiu chamar atenção pro papel do Antonio Banderas e, claro, meter um "do futuro", aí traduziu como Agente do Futuro.
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