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Nightflyers, a ficção científica de George Martin

Nightflyers (2018)

George R. R. Martin se tornou mundialmente conhecido pela sua obra A Song of Ice and Fire (escrita nos anos 90), mais ainda quando foi adaptada para a série de TV Game of Thrones (2011-2019).

Nightflyers (1987)

Nightflyers é uma obra anterior do autor, uma novela publicada em 1980 e que teve uma primeira adaptação em um filme de 1987.

Eis que em 2018, quase 40 anos após a novela original, foi lançada uma nova adaptação, agora em uma série da Netflix. A história se passa num futuro distante em que uma missão espacial na nave Nightflyer segue em busca do primeiro contato com uma misteriosa civilização alienígena, os volcryn.  

Comparações com Game of Thrones são inevitáveis, mas claramente Nightflyers nada tem de semelhante com a famosa série de fantasia medieval. Ao contrário, trata-se de um gênero bem diferente, é ficção científica pura, futurista, mas recheada de terror e violência gratuita (o que, convenhamos, é uma marca de George Martin).

Nightflyers (2018)

O terror tem diversas causas. Em parte há violência humana, causada por membros da tripulação que enlouquecem e, no início, pelo personagem Thale, que tem poderes psíquicos e é meio psicopata. Com o tempo, porém, Thale muda completamente e fica amiguinho de todos. 

Aí temos também o terror cósmico, bem ao estilo lovecraftiano. Os tais volcryn são seres avançadíssimos e que podem fornecer à humanidade tecnologia e conhecimentos extraordinários, mas também podem destruir a nave e os humanos como se fossem moscas ou vermes. 

No geral, não é uma história grandiosa, nem mesmo pretensiosa. Gostei particularmente da forma como foi explorada a habilidade telepática  do Thale. Seu superpoder é usado de formas criativas. Ele pode criar ilusões (algo tipo o sharingan lá de Naruto), ler pensamentos (dã) e também projetar pensamentos ou sensações; consegue ter um acesso básico até à mente de animais, inclusive insetos como abelhas. Também pode criar uma espécie de realidade simulada que chega até mesmo a usar como um jogo virtual para diversão de seus amigos.

Enfim, abordaram com bastante versatilidade a telepatia. Fora isso, não há personagens tão interessantes. Os tripulantes, em grande parte cientistas, não parecem lá as pessoas mais equilibradas e preparadas para a missão. Há várias falhas de verossimilhança. Por exemplo, quando se deparam com um artefato alienígena dentro da nave, não tomam qualquer medida de isolamento, chegam a tocar no objeto, com o risco de serem contaminados ou de contaminá-lo, estragando a integridade do material para a pesquisa científica.

O terror aleatório também deixa o teor da história meio confuso. O terror cósmico faz sentido, mas as pessoas se matando à toa é bem desnecessário e, somado à falta de profissionalismo da tripulação, quebram a graça da ficção científica espacial que poderia ter sido o forte da série.

Nightflyers (2018)

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