Young Ones mistura vários gêneros de uma forma peculiar. Ambientada em um futuro próximo, no interior dos Estados Unidos tomado pela seca e a recessão econômica, temos uma espécie de novo Velho Oeste, onde pessoas matam por causa de água e terras. Em contraste com a aparência subdesenvolvida do local, há um pouco de tecnologia moderna, como drones e burros de carga eletrônicos, o elemento futurista da história. Mas a distopia é apenas o pano de fundo da trama que envolve uma família e seus dramas de sobrevivência e relacionamentos.
Eventualmente a família prospera graças aos esforços de Flem, um personagem bastante ambíguo que ora parece bem intencionado e protetor, mas muitas vezes recorre a meios antiéticos para conseguir o que quer, inclusive prejudicando gravemente outras pessoas. Nicholas Hoult, que interpretou o dócil nerd Hank McCoy nos últimos filmes dos X-Men, agora no papel de Flem mostra sua versatilidade, assumindo uma personalidade canalha de um sujeito traiçoeiro.
Um detalhe curioso é a cena em que Mary (Elle Fanning) serve comida para seu irmão, uma gosma desagradável, e vemos um cartaz de lanchonete com a figura do consagrado trio hambúrguer, batatas e Coca-Cola. Meses depois, quando eles estão prosperando, vemos que a refeição sonhada se torna real.
O título tem a ver com o fato de que os três principais personagens, Mary, seu irmão Jerome (Kodi Smit-McPhee) e Flem, que se casa com Mary, são apenas garotos, jovens que são forçados pelo mundo miserável a amadurecer rápido, a lidar com problemas de adulto.
É curioso ver este tipo de drama, o drama da seca e da pobreza, um moderno “Vidas Secas”, representado nos Estados Unidos, outrora a terra das oportunidades e da fortuna. Young Ones traz esta nova visão pessimista e na verdade realista, atualizada, pois a crise mundial da água já está às portas até mesmo das grandes nações.
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