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A busca pela perfeição em Cisne Negro

Black Swan (2010)

O filme Cisne Negro (Black Swan) foi dirigido por Darren Aronofsky, o mesmo diretor de Requiem for a Dream (2000) e The Fountain (2006). Também não faltou a participação de Clint Mansell que compôs a trilha sonora destas produções de Darren. É uma parceria perfeita.

A protagonista, Nina Sayers, foi representada pela atriz israelense Natalie Portman, que ganhou com este papel o Oscar e o Globo de Ouro como melhor atriz em 2011, sem contar outras tantas premiações.

A história envolve uma companhia de dança que deve apresentar a peça de balé O Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky. Perfeccionista e muito exigente consigo mesma, a bailarina Nina consegue o papel principal, em que tem de interpretar uma princesa encantada na forma de um inocente cisne branco, mas também outra figura maliciosa na forma de um cisne negro.

Nina é muito ingênua e insegura. Criada pela mãe super protetora, tem a personalidade naturalmente adequada ao papel do cisne branco. Por outro lado, não se encaixa no tipo sombrio, agressivo e sedutor do cisne negro, de modo que passa por um conflito na busca por esta personalidade dentro de si, algo que a faz ter alucinações e beirar a fronteira da loucura. Mas é na fronteira da loucura que se encontra a genialidade.

Este drama explora um conteúdo relativamente comum no cinema e na literatura: a fragmentação da personalidade, o surgimento de vários eus, geralmente opostos, como luz e sombra, e que terminam por compor um ser mais complexo, forte e fraco, delicado e valente, belo e assustador. 

Ao encarnar o cisne negro, a dançarina parece possessa, dominada por uma nova força. Na verdade, possessão não é o melhor termo e sim transcendência. Ela alcança um nível além dos seus limites anteriores. É um bom exemplo de como a arte é capaz de elevar o espírito numa espécie de divinização do ser, algo que Nina chamará de “perfeição”.

Black Swan (2010)

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