A primeira vez que tive contato com um sistema operacional foi no finalzinho dos anos 90. Fiz um curso de informática e ali fui apresentado à tela preta do velho MS-DOS. Alguns anos depois conheci o Windows 95 e desde então fui acompanhando sua evolução: 98, 2000, XP, Vista, 7, 8, 10 e eis que agora chegamos ao Windows 11.
Como um antigo usuário do Windows, faço parte da unanimidade que concorda que as melhores versões foram Windows XP, 7 e 10. O XP teve uma sobrevida fenomenal, resistindo na liderança por uma década inteira e mesmo agora, duas décadas depois, ainda tem gente que usa.
A grande mudança veio no Windows 8 (2012), pois tinha a proposta de oferecer uma interface no estilo dos sistemas de smartphone. O plano era criar um sistema universal que servisse para diversos dispositivos (até hoje quem melhor conseguiu esta proeza foi o kernel Linux, obviamente), pois a Microsoft lançou também o Windows Phone (ainda tenho o meu que comprei em 2014) que rodava com o Windows 8.
O Windows Phone não foi pra frente, mas o Windows 8 seguiu evoluindo para 8.1 (2013) e depois o 10 (2015). É, não teve Windows 9 mesmo. O Windows 10 foi de fato o grande aprimoramento desta nova fase que começou no 8. Ao longo dos anos foi se tornando um sistema bem polido e otimizado. Até me espanto quando penso que ele já tem seis anos. Parece que foi ontem que atualizei do 8 pro 10.
Bom, se bem me lembro, migrei para o 10 em 2019, pois em 2017 e 2018 eu vivi minha fase full Linux, quando passei a experimentar diversas distros¹. A questão da compatibilidade de jogos pesou pra me convencer a voltar ao Windows. Sorry, Linux.
Enfim, eis que agora resolvi experimentar o Windows 11. A primeira coisa que tive de fazer foi atualizar a BIOS da placa mãe, uma atividade que sempre deixa até o mais experiente técnico com medinho, pois se esse troço der algum problema é capaz de invalidar a placa. Até uma leve oscilação de energia pode corromper o firmware neste momento delicado.
Fui lá, baixei o arquivinho, pus no pen drive, entrei no setup da BIOS, iniciei a atualização e cruzei os dedos. Após uns 2 minutos o update estava completo e o PC desligou. Aí iniciou de novo e no mesmo segundo desligou, iniciou de novo e isso se repetiu por umas 3 vezes. Pensei "pronto, o negócio deu ruim", mas enfim na quarta iniciada ele mostrou a tela de boot e respirei aliviado.
Como já estava com o Windows 10, apenas usei o método do upgrade pelo site da Microsoft². Primeiro é preciso baixar o PC Health Check, para ver se o computador é compatível (na primeira vez não passei no teste e por isso tive de atualizar a BIOS), depois o Assistente de Instalação do Windows 11, que faz o download e instala o sistema, o que não demorou muito.
Não foi nenhum bicho de sete cabeças. O Windows 11 não parece muito diferente do 10 e de fato a mudança de um sistema para outro parece simplesmente um update regular no Windows 10 que trouxe uma interface renovada, com ícones novos e visual ainda mais clean.
O que de cara chama atenção é a mudança na barra de tarefas, que agora concentra os ícones no centro, bem como o botão iniciar. Prefiro, porém, a organização clássica, o que pode ser arranjado nas configurações. Então botei de volta os ícones pro canto esquerdo.
Uma coisa que não gostei foi do fato dele vir com alguns apps pré-instalados, como TikTok, Instagram, o Messenger do Meta, Spotify... Desinstalei tudo. Este é o tipo de coisa que o usuário deve baixar apenas se tiver interesse. Fora isso, a instalação nova é bem limpa, com apenas aplicativos essenciais.
No menu iniciar nota-se que o velho Internet Explorer sumiu de vez e também a pasta de Ferramentas Administrativas, que agora se resume a um ícone chamado Ferramentas do Windows. Clicando nesse ícone será aberta uma janela do Painel de Controle com mais de 30 aplicativos de gerenciamento, como o Gerenciador de Tarefas, PowerShell, Editor do Registro, etc.
Se você quiser que estes itens apareçam no menu iniciar terá que fixar manualmente, mas convenhamos que hoje em dia basta usar a barra de pesquisa para acessar estes aplicativos todos.
Um detalhezinho muito legal é que agora para regular o volume basta deixar a seta do mouse em cima do ícone de volume na barra de tarefas e rolar o scroll. Sem cliques. Bem prático. Outra coisa prática é o ajuste de janelas, que eu já usava bastante desde o Windows 8.
Ao sobrepor a seta do mouse no ícone de maximizar, aparecem as opções de tamanho e formato da janela. Este menu também aparece se você arrastar uma janela para o canto superior da tela. Para quem costuma fazer multitarefas, com várias janelas abertas, é um recurso bem útil, pois poupa o trabalho de ficar ajustando manualmente cada uma.
O Windows ainda não conseguiu se livrar completamente do Painel de Controle. Desde o Windows 10, a intenção era aos poucos ir migrando os recursos do Painel para o aplicativo Configurações, que então agregaria todos os recursos de setup e customização. De toda forma, aos pouquinhos a migração está acontecendo.
Quanto ao desempenho, não me parece em nada diferente do Windows 10, ao menos até o momento. Na verdade, tive impressão que alguns aplicativos pesados estão rodando até melhor, como o New World, um jogo conhecido por ser mal otimizado. Não sei se foi coincidência, mas tenho experimentado uma melhoria de uns 5 ou 10 FPS no New World no Windows 11 em relação ao 10. Parece que o sistema é mais focado em priorizar o alto desempenho quando estamos rodando um jogo ou outro programa pesado.
O Gerenciador de Tarefas, como outros programas, está de visual novo, design mais limpo e moderno, mas removeram o atalho que havia para o Monitor de Recursos. Agora estas ferramentas administrativas mais avançadas só são acessíveis para quem fuçar, para quem as conhece e utiliza. De certa forma isto é bom, pois evita que crianças e "tias do zap" esculhambem o sistema abrindo sem querer aplicativos administrativos.
O Clipchamp agora vem pré-instalado. É o substituto do saudoso Windows Movie Maker, pois serve como um editor de vídeo nativo do Windows, e ele é de fato bem decente para edições básicas, tanto de vídeo quanto de imagem.
Outro aplicativo interessante que já vem nativo é o Power Automate. Ele pode ser baixado também no Windows 10 e serve para criar tarefas automatizadas, o que pode ser bem útil para quem trabalha com atividades repetitivas, mas não é um aplicativo para usuários iniciantes.
Enfim, o Windows 11 à primeira vista parece um belo e eficiente upgrade do 10. O curioso é que há um tempo a Microsoft havia anunciado que o título Windows 10 seria o último, o definitivo. A partir daí acabariam as numerações e pode-se dizer que o Windows finalmente adotaria um modelo rolling release, ou seja, trocando o conceito de versões para uma rotina de atualizações perpétuas.
Só que lançar versões é um modelo com mais apelo comercial, pois as pessoas gostam de adquirir algo novo, com um nome que sugere novidade. Ora, se após 5 anos o Windows continuar se chamando Windows 10, vai passar uma imagem de sistema velho e até ultrapassado, mesmo que ele continue aplicando constante atualizações. Então já podemos esperar um Windows 12 para os próximos anos.
Notas:
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