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Minha historinha com o Windows, do 95 até o 11

Windows versions

Como um véio que sou, tenho uma loonga história com o Windows. A primeira vez que tive contato com o sistema da Microsoft foi na adolescência, quando fiz um curso básico de informática, e na época os computadores daquela escola usavam o dinossaurico Windows 95. Na verdade não tive prática alguma com ele, já que o curso envolvia o MS-DOS que estava integrado no Windows. Pois é, antigamente a gente aprendia a rodar comandos no DOS.

Alguns anos depois, quando comecei a trabalhar como secretário, aí sim passei a lidar com o Windows em si, e é curioso como aprendi intuitivamente a usar o sistema, entendendo as funções dos ícones e fuçando à medida em que usava. Neste período usei o 95 e depois o 98 que não era muito diferente.

A diferença mesmo veio no famoso Windows XP, que só comecei a usar lá por volta de 2003. A interface parecia bem mais bonita e cheia de efeitos em relação ao velho 98 e mesmo assim o XP rodava liso nos hardwares da época. Esta sempre foi uma das qualidades desta versão. Era otimizada, sem contar que tinha a novidade do plug and play, de modo que era bem mais fácil configurar novos aparelhos.

Havia algo no XP que fazia você se acostumar com ele. Até nos dias de hoje eu já me deparei com um caixa de loja usando o XP. Pois é, tem gente que ainda usa um sistema de quase 20 anos!

O Windows XP foi o queridinho de toda uma geração e eu usei por quase uma década inteira, mesmo depois que vieram o malquisto Vista e o Windows 7. O Vista até cheguei a experimentar, mas o troço era tosco mesmo, pesado, parecia ter algo errado com aquela versão. O Vista nunca teve tempo de ganhar adesão e logo foi superado pelo Windows 7.

Demorei um pouquinho pra adotar o Windows 7 (lançado em 2009), talvez por estar habituado com o XP, mas também porque ele era mais pesado (porém não tão bugado quanto o Vista). Só troquei mesmo quando comprei um computador novo, com sua maravilhosa placa de 2 Gb de RAM. Aí o 7 rodou lisinho.

O Windows 7 era bom, mais bonito que o XP, bastante compatível com tudo. Não lembro de ter tido problema algum com ele. Aí veio o Windows 8 que mudou completamente o estilo do sistema.

O Windows 8, lançado em 2012, era pesadão e tinha uma interface inspirada na nova moda dos smartphones. De fato, a ideia era lançar um sistema universal que fosse igual no PC e nos telefones, tanto que logo lançaram o Windows Phone.

Aderi rápido à novidade, afinal a Microsoft oferecia um update gratuito que transformava o Windows 7 no 8 e era uma oportunidade para a galera que usava o famoso CD pirata e agora podia instalar de graça o software original.

Pois é, este foi provavelmente um dos grandes diferenciais e segredos do sucesso do Windows 8-10. Até então, a única forma legal de adquirir um Windows era comprando. Quando você comprava um PC novo, ele vinha com o Windows 98 ou 2000 ou XP instalado e ok, mas se você precisasse formatar, aí teria que arranjar um CD e era bem comum as pessoas fazerem cópias do CD do amigo de um amigo e compartilhar a chave de autenticação. Hoje em dia ninguém precisa mais ficar digitando chave pra instalar um Windows, mas antigamente era o big deal e tinha até site com listas de várias chaves pra você ir tentando até achar uma que não estava expirada.

A Microsoft tentou desde sempre lutar conta a pirataria. Nos updates ela instalava um patchzinho que ficava incomodando o usuário com um popup dizendo que "seu Windows não é original", mas isso não adiantava muito pra convencer as pessoas a comprar um CD. Quem gastava grana mesmo eram as empresas e escolas de informática, pois usar Windows pirata podia dar processinho. 

Até técnicos de informática, que iam na sua casa formatar seu PC, não raro usavam CDs piratas. Nas lan houses, que foram por uma década a forma mais comum de acesso à internet para a população em geral, o pirata era bem comum nas máquinas.

Então com o Windows 8 a Microsoft chutou o balde: ofereceu o update gratuito. E desde então, embora o software ainda seja vendido nas versões Home e Pro, a ISO do Windows está disponível no site da Microsoft pra você baixar e instalar de graça.

Desde 2013, mais ou menos, quando migrei para o Windows 8, nunca precisei comprar o sistema e sempre montei um CD ou pendrive de instalação com a ISO oficial da Microsoft. Também em 2013 eu comprei um Windows Phone, que foi meu primeiro smartphone. Em vez de começar neste mundo do smartphone pelo Android, como a maioria das pessoas, tive uma experiência alternativa nessa tentativa da Microsoft de competir no mercado mobile.

Windows Phone

O Windows Phone era bem agradável de usar e tinha um bom custo-benefício. O hardware parece bastante durável, tanto que até hoje, em 2021, ainda tenho esse aparelho e funciona normalmente, sem travamentos nem nada, diferente de um Android básico que comprei em 2014 e que em 2015 já estava começando a travar. Só mudei pro Android porque a Microsoft desistiu do projeto do Windows Phone, deixando uma turminha viúva, como eu.

Bom, voltando ao Windows 8, a adesão foi rápida por isso, porque passou a ser oferecido de graça. Acabava aí a cultura do CD pirata de uma maneira esperta e pacífica. Mas o Windows 8 era como o Vista, pesadão e bugado, e em vez do clássico Menu Iniciar eles implantaram um sistema de tiles dos aplicativos imitando a interface do smartphone e era uma droga.

O Windows 8.1 melhorou bastante o desempenho, passou a rodar liso, a interface ficou mais bonita e trouxeram de volta o Menu Iniciar. Foi aí que esta versão ganhou a simpatia geral. Uma das principais novidades deste novo Windows, desde o 8, foi o surgimento da Windows Store, criando um ambiente em que você tem acesso a aplicativos (algo que já existe há muito tempo no Linux, como o Gnome Software). 

Também o Painel de Configurações foi outra novidade que foi ganhando corpo e se tornando o substituto do velho Painel de Controle (que ainda existe, mas a tendência é que seus recursos continuem migrando aos poucos para este novo aplicativo).

A Microsoft tem uma cisma com números, de modo que, em vez de lançar o Windows 9, já pulou para o 10, em 2015. Aderi rapidamente, mesmo porque a mudança do 8.1 pro 10 acontecia organizamente por meio de um update. Uma das grandes novidades foi o surgimento de um novo navegador, o Edge, para substituir o eternamente odiado Internet Explorer. Em termos de aparência e recursos, o Windows só melhorou desde o 8 até o 10, mas também foi ficando cada vez mais exigente quanto ao hardware e meu PC na época já sofria com o peso.

Eis que em 2017 resolvi me aventurar pelo Linux, brinquei de provar várias distros, conheci o Ubuntu quando ainda tinha sua interface Unity (que era friendly para usuários habitados com o Windows) e me apaixonei pelo Xubuntu, por sua simplicidade e leveza (até escrevi uns posts sobre Xubuntu aqui, aqui e aqui). 

Nunca tive do que reclamar no Linux e usei por dois anos, mas aí bateu aquele problema bem comum em usuários de Linux que gostam de games: a pouca compatibilidade. Lembro que até conseguia instalar um Runescape usando um launcher compatível com Linux. Cheguei a experimentar um Tibia também. Mas desde que conheci a Steam e comecei a descobrir jogos novos, me deparei com esse problema que muitos deles não rodavam no Linux nem com gambiarra.

Além disso, embora tenha usado bastante o Libre Office, eu sentia falta do Microsoft Office que, convenhamos, é bem mais rico em recursos. A esta altura já estava com um PC novo, ainda modesto, mas com um chip i5 já aguentava bem o Windows 10, então voltei para o velho companheiro de décadas.

Windows 11

Em 2019 eu estava de volta, agora com o Windows 10, e realmente não tenho do que reclamar. Eis que vem aí o Windows 11, que, à primeira vista, me parece mais bonitinho, deram uma atualizada nos ícones e suponho que terá novas features.

Também passei a conhecer o Windows 10 em um formato especial: a versão para Xbox. Em 2020 adquiri um Xbox, que foi então o primeiro console que tive em toda minha vida. Achei curioso como ele basicamente é um Windows 10, só que sem a interface do Desktop. Tem a Windows Store, dá pra navegar no Edge, baixar vários apps pra PC e dá até pra usar teclado e mouse.

Confesso que sinto falta de umas coisinhas simples que havia no Linux, como o recurso nativo de manter uma janela sempre no topo. Por que até hoje a Microsoft não implantou isso? E o Bloco de Notas, que uso bastante, ainda é o mesmo de décadas atrás. Nem mesmo tem o recurso de salvamento automático (que existe em aplicativos semelhantes do Linux, como o Mousepad e o Gedit). Detalhezinhos que eu achava com facilidade no Linux.

Continuo testando distros Linux de vez em quando só pra ver as novidades, mas vou seguir com o Windows. Já passei pela fase clichê de odiar o Windows, chamá-lo de Rwindows, etc. Agora essa revoltinha se foi. 

A verdade é que o Windows é sim um bom sistema, superado pelo Linux especialmente no quesito privacidade, pois a Microsoft de fato colhe muuuitos dados de usuário, assim como as redes sociais, a Google, etc. Isto parece um caminho sem volta, a não ser que você decida viver sem internet.

Não tenho pressa em atualizar para o 11. Deixa acontecer naturalmente. Quando a versão estiver estável e o update disponível pra transformar o Windows 10 em 11, vou fazer a migração, continuando essa longa relação que tenho com o Windows há mais de duas décadas. 

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