A religião egípcia que chegou até nós preservada nos hieróglifos dos suntuosos templos e palácios, era, obviamente, uma religião estatal, desenvolvida para embasar o governo estabelecido. O faraó era a figura central desta religião e, nesta teologia, a crença na imortalidade parece ter uma relação íntima com o poder: o desejo de ser imortal está ligado ao desejo de governar para sempre.
É uma tentação comum a todos que ocupam algum status de poder. Eles querem que isto dure para sempre. Os faraós queriam ser mumificados e sepultados em pirâmides com seus criados porque desejavam continuar governando, continuar como faraós no além-vida. É a motivação mais vil que pode existir para o desejo de imortalidade, querer eternamente dominar os outros.
Sabemos, porém, que os faraós se foram, as pirâmides viraram túmulos de uma história antiga e de um império que já não existe. Esta é a verdade que os poderosos temem: todo poder um dia termina, todo império caí, todo ditador morre, todo plano se corrompe e desgasta com o tempo. O tempo é o inimigo dos tiranos. A paciência é amiga dos oprimidos.
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