Estamos cada vez mais perto de um mundo digno da ficção científica, um mundo cyberpunk. Tecnologias como o útero artificial já estão em desenvolvimento, bem como robôs domésticos. Logo, em algum momento teremos pessoas nascidas em um útero artificial e até mesmo criadas por máquinas, por atenciosos e treinados robôs.
No conto Robbie, de Isaac Asimov, acompanhamos a relação entre um robô doméstico e uma garotinha, Gloria. Ele é de certa forma um pet ou um brinquedo muito inteligente, mas sua proximidade afetiva com a criança chega a ter um ar paternal. Robbie, de fato, é mais atencioso com a garota que seus pais humanos.
O que pensar sobre isso? Bom, para quem teve uma boa e amorosa família nos moldes herdados da natureza há milhões de anos, a ideia de alguém ser criado por robôs parece uma abominação, uma heresia diabólica. Convenhamos, nada substitui um bom colo e o carinho de pais biológicos, mesmo com seus defeitos. Quem teve a graça e o privilégio de uma infância assim, realmente não desejaria trocá-la por algo novo e estranho.
Por outro lado, órfãos que nunca tiveram pais ou, pior, crianças que tiveram pais abusivos, biológicos ou adotivos, sabem o inferno que é não ter uma criação adequada, sabem os danos que aqueles humanos lhes causaram e, se pudessem voltar no tempo e lhes fosse oferecido um cuidador robô em vez daqueles monstros humanos, não pensariam duas vezes.
Talvez, pensando desta forma, a sociedade futura tenha mais benefícios que problemas com este admirável mundo novo dos robôs e a participação deles na criação das próximas gerações. Uma criança que terá o cuidado, a atenção e até mesmo o carinho de um robô será mais feliz e mentalmente saudável do que outra que teve o infortúnio de ser entregue pela natureza a pais disfuncionais e abusivos.
Palavras-chave:
Nenhum comentário:
Postar um comentário