A tecnologia sempre nos assusta. Para indígenas que nunca viram uma câmera digital, deparar-se com sua própria imagem e movimento em tempo real dentro de uma caixinha é uma experiência assombrosa. Um homem das cavernas que fosse transportado para nossas cidades modernas ficaria ao mesmo tempo maravilhado e apavorado com a grandeza dos arranha-céus e o rugido dos automóveis, feras blindadas com uma velocidade impressionante.
É preciso tempo e costume para que uma tecnologia se torne trivial e perca seu poder de assombro. Hoje em dia já não nos incomodamos com a fertilização in vitro, a criação de bebês de proveta. Esta é uma ideia que para os medievais soaria como uma grande blasfêmia, uma arte que só alquimistas heréticos ousariam praticar, a criação de um homúnculo fora do ventre materno.
Agora nos assusta a ideia de um útero artificial, ou a edição genética. Serão estas bizarrices uma blasfêmia? Estamos brincando de Deus? Ou será que na verdade estamos apenas seguindo o curso natural que Deus nos deu?
"Crescei e multiplicai-vos". Estamos crescendo, evoluindo. Se nos tornamos capazes de desenvolver determinada tecnologia, é porque é intrínseco de nossa natureza adquirir tal capacidade. Deus nos deu as ferramentas para operarmos nossa própria evolução, para enfrentarmos os perigos da natureza, as doenças, as falhas genéticas, bem como para enfrentarmos perigos cósmicos, embora ainda estejamos engatinhando neste progresso.
Um dia devemos alcançar as estrelas, crescer e multiplicar-nos pela galáxia. Para isto será preciso muita tecnologia, tecnologia que deixaria nossos antepassados, ou mesmo nós aqui, abismados. Esta é a nossa vocação: evoluir, nos tornarmos mais do que éramos.
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