Elon Musk é uma figura que divide opiniões. Tem uma turminha que o odeia, seja gratuitamente, seja pelo fato dele ser bilionário, seja pelas suas piadas no Twitter. Por outro lado, ele tem muitos admiradores no mundo nerd devido ao seu engajamento com a indústria de tecnologia. Lembro quando ele apareceu na série The Big Bang Theory e foi tietado pelos protagonistas.
A admiração que ele desperta na nerdolândia não é à toa, pois ele é dono da SpaceX, uma indústria aeroespacial que tem sido uma grande parceira da NASA. Musk tem planos ambiciosos e visionários, como a colonização de Marte; a criação de um sistema de transporte de alta velocidade subterrâneo, o Hyperloop; a formação de uma rede de satélites, o Starlink, que fornecerá internet banda larga em qualquer lugar do mundo, superando as barreiras topográficas; e um chip cerebral, o Neuralink, que promete curar muitos problemas neurológicos, até a paralisia do corpo, e aprimorar a capacidade cerebral como um todo, praticamente nos tornando em superumanos.
Ele não tem receio de pensar grande e pensar num futuro distante, pois um plano como a colonização de Marte não é algo que vá se tornar possível em 10 ou 20 anos, talvez nem em 50. Mesmo assim, é importante que exista gente pensando nisto e empreendendo algum esforço neste sentido, plantando a semente que futuras gerações vão colher.
Seu maior sucesso no presente é a indústria Tesla, que está correndo em primeiro lugar no novo mercado de carros elétricos, pavimentando o caminho que todas as outras indústrias automobilísticas deverão seguir nos próximos dez anos, abandonando de vez o uso de combustíveis fósseis. É inegável o bem que esta substituição dos combustíveis pelas baterias elétricas fará às cidades.
Carros elétricos são mais silenciosos, produzem menos poluição sonora e, obviamente, não produzem o fumaceiro, a fuligem que polui o ar das cidades, que entra nas casas e provoca doenças respiratórias. O mundo de fato será mais limpo quando todos os carros forem elétricos.
Como não se empolgar com tudo isto? Se o Elon Musk como pessoa não agrada a todos os gostos, como visionário ele está longe de ser desinteressante, e a civilização humana precisa de pessoas que promovam certos avanços.
Pois bem, em meio a tantos projetos, Elon Musk ainda arruma tempo pra ser um tuiteiro. Ele realmente gosta do Twitter e tem uma presença constante. Diferente de muitas celebridades que mal usam o site ou deixam uma assessoria tuitando anúncios e respostas padronizadas, Musk realmente interage e brinca no Twitter.
Seu interesse pelo site se tornou ainda mais evidente quando ele passou a comprar ações e mais ações até que um dia apareceu possuindo 9,2% das ações do Twitter, se tornando o acionista majoritário. Aí começou uma novela em que ele primeiro foi convidado a fazer parte do board da empresa, depois recusou a participação, pois veio com uma proposta mais ousada: comprar o Twitter inteiro.
A primeira reação do board foi arredia e olha que ele fez uma proposta gorda, oferecendo mais de 50 dólares por cada ação que até então vinha sendo avaliada por cerca de 30-40. A oferta foi inicialmente recusada, mas Musk insistiu e hoje finalmente conseguiu fechar a compra por 44 bilhões.
No Twitter houve críticas e comemorações à aquisição. As críticas parecem uma espécie de reacionarismo, um medo de que mudanças afetem a experiência de usuário, mas as possíveis mudanças desagradáveis são apenas suposições sem fundamento.
Por outro lado, o que temos de minimamente concreto quanto ao futuro do site a partir de agora é a palavra do próprio comprador. Elon Musk já afirmou algumas medidas que pretende tomar: abrir o algoritmo para o público, melhorar a monetização, combater os bots e promover a liberdade de expressão.
É curioso como hoje em dia o termo "liberdade de expressão" virou alvo de controvérsia. Como alguém poderia se opor ao conceito de que todas as pessoas merecem viver livres de censura? Todavia, no debate político rola uma acusação por parte de alguns grupos, afirmando que a liberdade de expressão pode ser usada por pessoas para cometer crimes. Bom, a liberdade de ir e vir também é usada por criminosos e não é por isto que devemos instalar um estado de toque de recolher constante nas cidades. Anyway, nem quero me delongar neste assunto neste post.
O que me pareceu realmente interessante e uma proposta que ninguém em sã consciência poderia rejeitar, gostando ou não do Elon Musk, é a abertura do código do algoritmo. O algoritmo é o código que controla como o conteúdo da rede social é distribuído, como funciona o feed, o que você, como usuário, pode ver ou não ver, o que pode levar um conteúdo a ser bloqueado ou promovido, etc. É do interesse de todos os usuários ter uma transparência a respeito de como o site manipula a informação que lhe é apresentada no feed.
Logo, tornar o algoritmo open source é um grande avanço. Transparência no funcionamento de uma instituição é sempre um bom avanço. Se ele cumprir esta promessa, já terá feito uma importante mudança no Twitter.
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