Sejamos honestos: o melhor do filme da Capitã Marvel (2019) é o gato e depois do gato o Samuel L. Jackson e a interação dele com o gato. Tudo o mais é pouco memorável.
O personagem do Jude Law, que deveria ser uma figura paternal ou um mentor, não parece convencer na sua importância na vida da Capitã. A personagem da Annette Bening, a Dra. Lawson, deveria ser a figura materna, mas também não parece haver química entre ela e a Carol Danvers.
Quanto à Capitã Marvel, ela é ok, só lhe faltou tempo para desenvolvimento. A ideia é que ela seja a arma secreta da iniciativa Vingadores, o Ás na Manga que o Nick Fury só pode sacar em situações que os outros heróis não podem resolver. A forma, porém, como essa arma secreta foi preparada e apresentada é bem prematura e sem substância.
Enquanto Iron Man, Thor e Capitão América tiveram suas trilogias para desenvolverem um bem construído arco heroico, e Hulk, Gavião e Viúva Negra, mesmo não tendo filmes solo (o Hulk até teve aquele do Edward Norton, mas nem conta muito), tiveram bastante participação ao longo do MCU para solidificarem sua presença, a Capitã teve que evoluir às pressas ao longo de seu único filme a fim de ficar pronta para participar do Vingadores Ultimato (2019).
Enfim, a personagem chegou atrasada na festa e não teve tempo de se arrumar. Sua história de origem é assim contada apressadamente e sem dar tempo para nos apegarmos a ela ou ninguém à sua volta. E quem acaba ganhando mais carinho do público é justamente o personagem que já tinha um arco bem construído no MCU, o Nick Fury, que vem com o carisma do Samuel L. Jackson.
Assim, como um bônus, além de termos a Capitã Marvel introduzida no MCU, temos a última peça que faltava no quebra-cabeças da biografia do Nick Fury: o seu início de carreira. Não só dele, mas também do Agent Coulson, que, convenhamos, é o personagem/ator que mais trabalhou em todos estes dez anos de MCU. Coulson esteve nesse universo desde o comecinho, desde o primeiro filme do Iron Man (2008) e ao longo da longa série dos Agents of SHIELD (2013-2020).
A cereja do bolo é o mascote felino, o gato alienígena Gonzo, que protagoniza um dos maiores spoilers de todo o MCU. E aqui vai o spoiler: foi ele quem feriu o olho do Nick Fury, dando ao chefão dos Vingadores seu clássico visual com tapa-olho.
Por fim, o filme é também importante ao MCU por introduzir a raça alienígena dos skrulls, que possivelmente terão importante participação nas futuras sagas. É bem provável, por exemplo, que, depois de Guerra Infinita, a próxima grande saga será Invasão Secreta, tendo os skrulls como os grandes vilões.
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