Pra quem curte o gênero de super-heróis, mas está de saco cheio do formatinho padrão, da "fórmula Marvel" e do maniqueísmo preto e branco, The Boys é a novidade. Pra começar, os protagonistas nem são superseres, mas humanos normais, uma "rapaziada" meio fora da lei que é revoltada com os super-heróis.
Quanto aos chamados "super", muitos deles não são nada heroicos. Estima-se que haja cerca de 200 mil destes humanos superpoderosos no mundo e uma mega corporação, a Vought, não perdeu a oportunidade de capitalizar, transformar os super em um negócio de segurança privada, até mesmo se metendo em questões militares dos governos.
Tratados como celebridades, os super são arrogantes, egocêntricos e bem escrotos. Parece que quanto mais poderoso é o cara, mais escroto ele é. E aí chegamos nos Sete, o grupo de elite que é uma verdadeira paródia da Liga da Justiça.
The Boys, a rapaziada, uma garota e um dog. |
O Homelander é o Superman da equipe, uma versão bem psicopata do Superman, que esquarteja terroristas a sangue frio com seus raios dos olhos e não dá a menor importância à vida de vítimas inocentes que ele ocasionalmente salva só pra fazer marketing. Ele tem uma bizarríssima relação freudiana com sua chefe Madelyn.
A Queen Maeve é como um Mulher Maravilha vivendo à sombra do Homelander e sendo conivente com suas escrotices.
A-Train é o Flash. É o primeiro super apresentado na série, quando na primeira cena ele atropela uma garota acidentalmente, desintegrando a coitada. A reação de total descaso e até deboche do A-Train diante dessa morte já dá o primeiro vislumbre do tipo de pessoa que estes "heróis" são.
The Deep pagando bundinha. |
O The Deep é o Aquaman e, assim como o atlante dos Superamigos, é o alvo de piadas do grupo, sendo zoado pelo fato de "conversar com peixes".
Translucent, o taradão do banheiro. |
Translucent, que tem o poder da invisibilidade (e claro tem a tara de espiar as pessoas quando está pelado e invisível ou até visível), não faz referência direta a ninguém da Liga da Justiça (talvez o Marciano, já que este pode ficar invisível) e nem mesmo existe na série em quadrinhos que inspirou a série da Amazon.
Bátima. |
Black Noir, um cara caladão, todo vestido de preto, é uma clara referência ao Batman. Por ser reservado, ele acaba sendo o personagem mais legal do grupo, já que não o vemos ser escroto com ninguém. Nos quadrinhos ele é mais poderoso que o Homelander e quem sabe isso seja explorado nas próximas temporadas.
A gatinha da Erin Moriarty. |
Por fim temos a Starlight que entra por último no grupo e a princípio é a mais ingênua e boazinha, uma garota de origem cristã, sonhadora e com a intenção de usar seu poder para ajudar as pessoas. Logo que entra para os Sete se depara com um ambiente degradado, quando o The Deep a chantageia em troca de sexo oral.
A série em quadrinhos, lançada entre 2006 e 2012, é de autoria de Garth Ennis, mesmo criador de Preacher (que também tem uma série televisiva) e que é conhecido pelo seu humor negro, sexo e violência gratuita. Tudo isso encontramos em The Boys. Há sangue, sacanagem e sadismo, tudo o que não se espera de uma história de super-heróis.
A verdade é que não há heróis nesse mundo. Não há uma clara divisão entre bem e mal. Os super são escrotos, mas os The Boys, o grupo que se opõe aos super e quer expor ao mundo seus erros, também não é feito de gente santa. É a comédia humana em toda sua decadência.
Butcher armado com um super-bebê que atira raios. |
The Boys é uma produção da Amazon, fazendo parte dessa nova safra de séries do Prime Video que veio para bater de frente com a Netflix, e veio chutando a porta, sem medo de apostar em conteúdo +18.
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