Ok, não é justo comparar The Witcher com Game of Thrones, mas tem sido inevitável as pessoas fazerem essa relação, já que GoT consagrou o gênero de fantasia medieval e estabeleceu um paradigma.
Essa comparação, porém, acaba criando falsas expectativas, pois Game of Thrones tem uma proporção muito maior na quantidade de personagens e ambientes e histórias. É muito mais complexo e rico e, convenhamos, é também uma produção mais cara e glamourosa.
The Witcher é mais simples sim (e não deixa de ser cara, já que cada episódio custou uma média de 10 milhões de dólares), mas essa é a ideia. A série é focada em um protagonista e umas poucas pessoas em torno dele. A vantagem é que o arco de tais personagens recebe mais atenção para se desenvolver.
Curiosamente, o personagem principal, o "bruxeiro", o "Geraldão" interpretado por Henry Cavill (que caiu como uma luva no papel) é o mais plano. Ele é o típico brucutu caladão e que quase não manifesta emoções. Na verdade essa é a graça do personagem, pois há momentos em que há sutis demonstrações de que por trás da casca grossa há um coração, como no fato dele chamar a Yennefer de Yen, um apelido carinhoso que revela seu apego a ela.
A Yennefer foi a grande figura dessa temporada de estreia. Começando como uma garota miserável, adotada, corcunda e desfigurada, vendida pelo próprio padrasto por menos que o preço de um porco, ela é a pária que fez a si mesma, que superou o próprio destino de desgraça e se tornou poderosa, muito poderosa, além de bela. Vemos todo o processo de aprendizado e sacrifício que leva Yennefer a se transformar de um patinho feio e rejeitado em um mulherão da porra.
A Ciri, por sua vez, segue um caminho inverso. Nascida princesa, vê o seu mundo ser destruído em uma guerra e se torna uma fugitiva, vagando pela terra até que o destino a leve ao encontro do Geralt.
Os produtores da série já disseram ter intenção de fazer muuuitas temporadas, quem sabe até por uma década inteira, pois há muito conteúdo nos livros que baseiam a série. Mesmo assim, não há enchimento de linguiça. O tempo passa rápido nessa temporada e de um episódio para outro os personagens já viveram vários meses ou até anos, pois cada episódio é baseado em um conto diferente da série de livros The Witcher. Essa narração com saltos cronológicos pode confundir um pouco o expectador.
Nos dois últimos episódios, há um salto no tempo de volta ao passado para mostrar a queda do reino de Cintra, atacado por Nilfgaard (não, não é MILFgaard) e então temos um showdown com uma bela batalha de magos encerrando a temporada.
Também merece menção a trilha sonora épica e marcante que é um espetáculo à parte.
Também merece menção a trilha sonora épica e marcante que é um espetáculo à parte.
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