Em 2012 a CW começou modestamente a série do Arrow e a partir daí acabou desenvolvendo aquilo que se tornou o maior universo compartilhado de séries de super-heróis todos os tempos. A partir de Arrow nasceu o Flash (2014) e de ambos o grupo Legends of Tomorrow (2016) e o poder gravitacional desse universo cresceu tanto que absorveu uma série inicialmente surgida fora dele: Supergirl (2015).
Produzida pela CBS, Supergirl inicialmente se passaria em seu próprio universo isolado, mas já no fim da primeira temporada ela foi adotada pela família CW e então começaram os crossovers.
Enquanto Arrow representava o núcleo mais humano e urbano de heróis, Flash teve mais liberdade para abordar superpoderes, os meta-humanos, e Legends of Tomorrow seguiu uma linha mais heterogênea, misturando ficção científica com viagem no tempo, uma dose de galhofa e nas últimas temporadas adotou até uma faceta mística, impregnada pela presença do Constantine. Supergirl, por sua vez, criou o núcleo alienígena. A partir dela, uma kryptoniana, vieram outros aliens como seu primo Superman, o marciano J'onn J'onzz, o namoradinho Mon-El e vários outros seres do espaço.
Em termos de caracterização e efeitos especiais, a série tem seus altos e baixos. A Supergirl ficou ótima no visual, talvez a melhor fantasia de toda essa galera do arrowverso. Um dos personagens mais cringe, foi o coitado do Red Tornado, que apareceu logo no episódio 6 da primeira temporada. O robô parecia um cospobre de isopor e a performance do ator ficou bem estranha, com movimentos muito lerdos e caricatos.
Na segunda temporada rola seu primeiro team-up com o Superman, expandindo o universo da personagem. Este Superman, interpretado por Tyler Hoechlin, não é o monstrão musculoso do Henry Cavill e virou alvo de piadas como um "Superman murcho", mas o carisma do ator convenceu construindo uma personalidade amistosa, o cara legal, que é como o Superman deve ser. A aceitação do Superman pelos fãs do arrowverso rendeu frutos e em 2020 virá o spin-off Superman and Lois.
Como é costume da CW, há atores veteranos no mundo dos super-heróis que aparecem como convidados para fazer aquele belo fan service. É o caso da Lynda Carter, a clássica e bela Wonder Woman dos anos 70, que no mundo da Supergirl é a presidente dos Estados Unidos.
A variedade de vilões trazidos dos quadrinhos é realmente enorme. Ao longo da série a kryptoniana troca socos com Reactron, Livewire, Indigo, o tosco Red Tornado, o Superman Ciborgue, Metallo, Psi, a versão Bizarro da Supergirl e até o surreal e sobrenatural Mxyzptlk.
No oitavo episódio da segunda temporada, a Supergirl é visitada por Cisco e o Flash, convidando-a para ir à Terra 1 ajudá-los contra uma invasão alienígena. Assim se desenrola o crossover anual de 2016, Invasão. A história se passou no oitavo episódio respectivamente de The Flash (terceira temporada), Arrow (quinta temporada) e Legends of Tomorrow (segunda temporada).
Na terceira temporada aparece a vilã que será a maior antagonista da Supergirl, a Reign (interpretada por Odette Annable). Reign é para a Supergirl, nos quadrinhos, a equivalente ao Doomsday para o Superman, uma rival realmente à altura e que no primeiro encontro dá uma bela surra na Supergirl, mas depois rola uma revanche, é claro.
Outra novidade dessa temporada é o Brainiac-5, vindo da Legião de Super-heróis, do futuro. Ao contrário do maligno Brainiac original, esse é dócil e se torna uma presença constante nas aventuras da kryptoniana. Diferente dos outros superseres da série, Brainiac-5 é mais cerebral do que físico e até seu estilo de luta é mais estratégico do que baseado em força, como uma espécie de Steven Seagal robótico.
No crossover de Novembro de 2017 rolou Crise na Terra-X, que teve início em Supergirl t3e8 (terceira temporada, oitavo episódio), seguindo por Arrow t6e8, The Flash t4e8 e concluindo em Legends of Tomorrow t3e8. Nessa saga os heróis se deparam com suas versões malignas da Terra-X, o 53° universo do multiverso DC, um mundo que foi dominado pelo nazismo. Rolou um tempo para o casamento do Barry Allen.
Na quarta temporada a série entra em full mode político. Tendo o Agente da Liberdade como vilão, a adversidade que a alienígena de Krypton enfrenta é o movimento político extremista que rejeita a presença de aliens na Terra.
Também seguindo esse discurso sobre preconceitos, a quarta temporada traz uma personagem que representa um marco histórico nas séries de super-heróis: a alienígena Nia Nal é a primeira personagem transgênero interpretada por uma atriz transgênero (Nicole Maines).
A partir do episódio 15 da quarta temporada, surge um vilão realmente relevante: o próprio Lex Luthor, interpretado por Jon Cryer (sim, o carinha de Two and a Half Men), com direito à sua super armadura verde, bem conhecida nos quadrinhos. Por fim, a heroína também enfrenta a sua versão comunista, a Red Daughter.
O crossover de 2018 foi a saga Elseworlds, que teve início em The Flash t5e9, seguindo por Arrow t7e9 e concluindo em Supergirl t4e9. Esta saga trouxe algumas interessantes novidades: pela primeira vez os personagens do arrowverso visitaram Gotham onde é apresentada a Batwoman (que terá uma série própria, logo, mais um spin-off do mundo de Arrow), além disso, temos o Monitor.
O Monitor é nada menos que uma criatura cósmica de poder incalculável, surgida no início do multiverso da DC. Ou seja, a CW levou ao ar uma das figuras mais importantes de toda a mitologia dos quadrinhos da DC, presenteando o público nerd com um valioso fan service.
Elseworlds na verdade não foi uma grande saga. Foi mais uma brincadeira em que o Flash e o Arrow meio que trocam de corpo, mas a história serviu para ir aos poucos apresentando o Monitor e preparando o terreno para aquela que será a saga mais ambiciosa da CW ou mesmo de toda a história de séries de TV baseadas em quadrinhos: a Crise nas Infinitas Terras está vindo aí, em Dezembro de 2019, e promete chacoalhar o arrowverso de uma forma nunca vista.
O Monitor é nada menos que uma criatura cósmica de poder incalculável, surgida no início do multiverso da DC. Ou seja, a CW levou ao ar uma das figuras mais importantes de toda a mitologia dos quadrinhos da DC, presenteando o público nerd com um valioso fan service.
Elseworlds na verdade não foi uma grande saga. Foi mais uma brincadeira em que o Flash e o Arrow meio que trocam de corpo, mas a história serviu para ir aos poucos apresentando o Monitor e preparando o terreno para aquela que será a saga mais ambiciosa da CW ou mesmo de toda a história de séries de TV baseadas em quadrinhos: a Crise nas Infinitas Terras está vindo aí, em Dezembro de 2019, e promete chacoalhar o arrowverso de uma forma nunca vista.
Lena Luthor, irmã do Lex, com seu spray de kryptonita. Isso é uma mulher prevenida. |
Calista Flockhart, a gata Cat. |
Morta depois dessa longa resenha! |
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