Já falamos sobre os Novos Mutantes dos anos 1982 a 1985 (aqui) e de 1986 a 1988 (aqui). Continuemos a partir do número 71.
Ainda com roteiro de Louise Simonson e desenhos de Bret Blevins, acontece a saga Inferno, em que os demônios escapam do Limbo e aterrorizam a Terra. Enquanto isso, Magia e seus colegas estão presos no Limbo e encontram Nastirth, o demônio apaixonado por Magia que a salvou da morte quando era criança.
Nastirth ajuda Magia a reaver sua espada, que foi tomada por Sym, e ela consegue se teleportar de volta pra Terra.
Agora a batalha acontece em Nova York que se tornou um cenário surreal onde até os objetos inanimados ganham vida. No céu há um enorme pentagrama que é o portal do Limbo e possui bebês nos cruzamentos das linhas magicamente mantendo o portal. Os Novos Mutantes, com ajuda dos Exterminadores começam a recolher os bebês pra fechar o portal, enquanto Sym e Nastirth lutam pela liderança da revolução infernal e Magia, na sua forma demoníaca, vai enfrentá-los.
No número 73, a revista vem double-sized, com 40 páginas, como um especial de encerramento. Colossus aparece misteriosamente em Nova York em busca da irmã e começa um embate contra Sym. Na época supunha-se que os X-Men estavam todos mortos. Enquanto Magneto e Emma Frost com o Clube do Inferno enfrentam os demônios na Terra, Magia e os Novos Mutantes voltam ao Limbo.
Eles entram por um portal para o passado e resgatam Illyana ainda criança, mas quando a Magia em sua forma infernal vê a criança, é tomada de fúria e evolui para uma forma ainda mais poderosa, praticamente angelical. Assim ela consegue puxar todos os demônios de volta ao Limbo e fechar o portal, então desaparece, sobrando apenas a casca da sua armadura, mas dentro desta estava a Illyana criança, salva por sua versão adulta para ter uma nova vida e ocupar seu lugar.
Foi uma saga fantástica e grandiosa e que mostrou o auge da Magia, que de certa forma se assemelha a uma Fênix ou uma Feiticeira Escarlate, com um poder transcendente. Seu sacrifício em sua forma demoníaca para salvar a sua inocente versão infantil tem uma beleza poética.
Terminada essa saga sensacional, eis que no número 75 John Byrne chega como desenhista convidado, enquanto Bob McLeod retorna na arte-final. Magneto enfrenta Sebatian Shaw e se torna o líder supremo do Clube do Inferno.
A revista seguinte tem arte de Rick Buckler. Na ocasião a garotada mutante tem uma rápida aventura com o Namor que pelo visto estava até humilde e bem humorado e os ajudou a combater uma lula gigante.
Das revistas 77 a 85 (com diversos desenhistas como Rick Buckler, Rick Leonardi, Terry Shoemaker e Bret Blevins) se desenrolou uma longa saga contra a asgardiana Hela, contando com a participação do Dr. Estranho, dos Exterminadores e do Freedom Force (aquele grupo com a Mística, Sina, Pyro, Blob, etc.).
O número 81 entra com uma história paralela. Na verdade um filler. O roteiro neste breve conto ficou com Chris Claremont e o desenho com Louis Williams e a história se passou na Amazônia onde vive Amara, a Magma, tendo um crossover com o mítico Hércules. Na revista seguinte a dupla Louise Simonson e Bret Blevins retornou das férias.
Das revistas 77 a 85 (com diversos desenhistas como Rick Buckler, Rick Leonardi, Terry Shoemaker e Bret Blevins) se desenrolou uma longa saga contra a asgardiana Hela, contando com a participação do Dr. Estranho, dos Exterminadores e do Freedom Force (aquele grupo com a Mística, Sina, Pyro, Blob, etc.).
O número 81 entra com uma história paralela. Na verdade um filler. O roteiro neste breve conto ficou com Chris Claremont e o desenho com Louis Williams e a história se passou na Amazônia onde vive Amara, a Magma, tendo um crossover com o mítico Hércules. Na revista seguinte a dupla Louise Simonson e Bret Blevins retornou das férias.
Nos anos de 1989 e 1990 rolou a mega saga Atos de Vingança, na qual o Loki manipulou alguns vilões do universo Marvel para atacarem heróis diferentes daqueles que eles costumavam antagonizar. Ou seja, foi feito um crossover de vilões. Neste caso, os novos Mutantes deram de cara logo com a Hela.
Eita porra, ó o pau quebrando! |
Esta batalha termina em Janeiro de 1990, no número 85. Esta revista teve o desenho de Geof Isherwood, mas a capa foi feita por uma curiosa dupla: Rob Liefeld no lápis e Todd McFarlane na arte final, a dupla que futuramente faria parte do time mais lucrativo de desenhistas da Marvel e fundaria a Image Comics.
Eis que no número 86 Rob Liefeld assume como desenhista dos Novos Mutantes. A revista começa com o Abutre, um vilão do Homem Aranha que aparece no meio mutante como um resquício da saga Atos de Vingança. Lá no finalzinho, no último quadrinho, vemos o personagem que se tornaria um dos mais importantes do mundo dos X-Men e da carreira de Liefeld: Cable.
Aí na adolescência passei a juntar as moedinhas da merenda ou mesmo voltava a pé da escola pra casa pra economizar o dinheiro do ônibus. Eram uns 5 quilômetros de caminhada e taí uma "loucura" de adolescente da qual não me arrependo. Fez bem pra minha saúde e de bônus eu ainda juntava uma graninha pro lazer da leitura. Conseguia comprar umas duas revistas por semana, em média.
Então fui descobrindo os títulos. Tentava experimentar um pouco de tudo, um Homem-Aranha aqui, um Hulk ali, cheguei a colecionar religiosamente a série do Homem-Aranha 2099 que era excelente e também acompanhava bastante as revistas dos X-Men.
Caramba, olha o tamanho dessa boca! |
Foi então que me deparei com essa revista, justo essa em que pela primeira vez havia uma história protagonizada pelo Cable. Na época tudo era novidade e tudo me encantava, então a primeira impressão que tive da arte do Rob Liefeld foi boa. Ele gostava de fazer quadros grandes, personagens cheios de dentes, tudo muito "expressionista", pode-se dizer. O efeito era realmente agradável na mente de um adolescente.
Com o tempo, após conhecer outros desenhistas, também entrei na onda de odiar o Liefeld e achá-lo tosco, mas, como já comentei em outro post (aqui), após décadas revisei meu conceito e passei a compreendê-lo melhor. Liefeld tem seus méritos.
Essa nova fase da revista, a "fase Liefeld" também implicou em uma gradativa mudança na equipe dos Novos Mutantes. Agora eles foram adotador no quartel do X-Factor e Dinamite e Rictor, que eram dos Exterminadores, agora fazem parte do grupo. Além disso a Danielle Moonstar, uma das fundadoras dos Novos Mutantes, ficou lá em Asgard, Amara já estava na Amazônia, enfim, aos poucos vai se configurando um novo time que futuramente se tornaria a X-Force.
O catalisador dessa mudança foi o Cable, que assim que apareceu já demonstrou um espírito de liderança sobre os jovens. A primeira missão dessa nova equipe será invadir o túnel dos Morlocks pra resgatar o Rictor. Na ocasião se deparam com Dentes de Sabre e Caliban se enfrentando.
Após essa primeira aventura da nova equipe, o número 92 traz um filler escrito por Dwight Zimmerman e desenhado por Bob Hall. É uma história bem maluca em que os jovens mutantes vão a um circo e na verdade o circo inteiro é uma nave skrull e os palhaços e até os animais são skrulls disfarçados que tentam selecionar pessoas, de preferência mutantes, para escravizá-las.
No número 94 rola um quebra pau entre Cable e Wolverine just for fun. Os Novos Mutantes estavam investigando um plano de Conflyto e sua Frente de Libertação Mutante que pretendiam envenenar a água das grandes capitais, mas o que faria a revista vender mesmo era a luta de Cable e Wolverine né. Todo bom crossover começa com uma luta sem sentido.
Dos números 95 a 97 a revista participa da mega saga Extinction Agenda (Programa de Extermínio), envolvendo todo o universo mutante. O vilão dessa saga, Cameron Hodge, é meio galhofa e não é lá muito memorável. Quem lembra dele? Era uma cabeça humana implantada num corpo robótico. O roteiro continua com Louise Simonson e o desenho com Liefeld, com exceção do número 97 que tem arte de Guan Yap.
Então a revista número 98 realmente tem uma importância histórica: é aí que surge o Deadpool. Também aí ocorreu a saída de Louise Simonson, que era a principal roteirista desde o número 55, e em seu lugar entrou Fabian Nicieza, mas Rob Liefeld, que continuou no lápis, também participou como co-roteirista, o que faz dele o pai do Deadpool tanto no visual quanto no conceito.
Além do mercenário tagarela, também nessa revista apareceu outra criação da dupla Nicieza e Liefeld: Dominó. Estava completo o trio das maiores criações de Liefeld: Cable, Deadpool e Dominó.
A essa altura a equipe original dos Novos Mutantes já estava bem alterada. Karma já havia saído há tempos, Magma foi pra Amazônia, Danielle Moonstar pra Asgard, Magia (que foi minha preferida do grupo) simplesmente virou criança e voltou pra casa dos pais na Rússia, Lupina também saiu depois da saga Programa de Extermínio na qual o Warlock acabou virando cinzas. Da equipe original só ficaram Míssil e Mancha Solar. Entraram a Dinamite e Rictor, além do próprio Cable com Dominó.
No número 99 as mudanças continuam. Mancha Solar vai embora pra assumir os negócios do falecido pai, James Proudstar (Apache), o irmão do falecido Pássaro Trovejante, se junta à equipe e no finalzinho aparece maaais uma criação de Nicieza com Liefeld: Shatterstar. Ou seja, estava se formando aí o que seria não mais os Novos Mutantes e sim a futura equipe e revista X-Force.
O número 100 foi o último dessa revista dos Novos Mutantes. Nele ainda apareceu mais um novo membro, a Feral, que vinha fugindo dos Morlocks e que é basicamente uma Lupina recriada por Liefeld.
De certa forma é essa a impressão que os últimos números da revista passam: que houve um reboot do grupo, ou melhor, um recast. A equipe original fora criada em 1982 por Chris Claremont e Bob Mcleod (logo depois substituído por Sal Buscema). No número 18, entrou Bill Sienkiewicz no desenho e ele contribuiu criando novos personagens como Warlock e sua grande criação: Legião.
Então após 5 anos, em 1987, Claremont finalmente deixa o roteiro da revista, passando o bastão para Louise Simonson, tendo como principal desenhista Bret Blevins. As histórias dessa nova fase começaram fraquinhas, mas foram melhorando e Louise dedicou bastante atenção à Magia, tornando ela a personagem mais poderosa do grupo, uma espécie de Jean Grey/Fênix dos Novos Mutantes.
Por fim, como vimos aqui, veio essa terceira e breve fase em que Fabian Nicieza e Rob Liefeld tomam conta e simplesmente substituem o que restou da equipe original por personagens novos em folha criados pela dupla, moldando a X-Force.
A revista dos Novos Mutantes durou quase uma década. Em 2003 seria lançada uma nova revista com o mesmo título (portanto, o volume 2), formando uma nova equipe, mas com o retorno de Danielle Moonstar. Foi bem ruinzinha no roteiro e na arte e só teve 13 números. De 2009 a 2012 haveria um volume 3, com 50 números e trazendo de volta a nostálgica equipe original dos anos 80.
Em 1998 a equipe original ainda ganhou uma minissérie em 3 números intitulada The New Mutants: Truth or Death, com roteiro de Ben Raab e arte de Bernard Chang.
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