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Natalie Portman e aliens bizarros em Annihilation

Annihilation (2018)

Um pequeno meteoro cai em um farol e desencadeia um estranho fenômeno, criando uma espécie de bolha que vai se expandindo e causando alterações no ambiente. Um grupo de militares é enviado, mas só um homem retorna, depois enviam um grupo de cientistas e só uma mulher retorna.

Annihilation (2018)

A história é bem simples e, apesar dos personagens estarem sempre falando que não entendem o que está acontecendo, está claro que algum esporo alienígena que veio com o meteoro operou mutações genéticas naquela região, criando novas formas de vida, criaturas estranhas, e a tendência era que isso se expandisse, "terraformando" todo o planeta, moldando um novo ecossistema alienígena. 

O desenrolar da história focada nas cinco cientistas tem um tom de terror, especialmente a cena do urso mutante que após atacar uma delas passa a imitar a voz da vítima gritando por socorro, o que é realmente bem medonho. Tem algumas cenas gore e de suspense, mas também há uma beleza gráfica nos cenários (as gazelas com chifres que parecem galhos com flores são bem bonitas).

Annihilation (2018)

No fim, a protagonista, interpretada pela Natalie Portman, chega no farol e entra num ambiente uterino, enfrentando e incendiando uma criatura humanoide, o que faz com que todo o resto do ecossistema se desfaça. Todavia, fica no ar uma sugestão de que os dois sobreviventes, a mulher e o homem, já não são mais humanos e carregam em si a mutação, de modo que serão como novos Adão e Eva, trazendo uma nova espécie ao mundo. Isso tudo fica subentendido apenas, não há muitas explicações.

No mais, é uma história pouco atraente, ao menos para mim. Em certos momentos pareceu até entediante, mesmo com o suspense e as cenas de perigo. Um detalhe interessante foi o da cientista lendo um livro chamado A Vida Imortal de Henrietta Lacks, que é um livro interessantíssimo (inclusive virou filme) sobre essa mulher cujas células apresentaram um processo de multiplicação perpétua, como uma linhagem imortal, de modo que até hoje muitos laboratórios utilizam cópias destas células em suas pesquisas.

Annihilation (2018)

Além dessa camada superficial em que temos a história de uma contaminação alienígena em um ambiente, o filme também pode ser uma metáfora para o câncer, um tema comentado com frequência pelos personagens. O envio de soldados e cientistas para o cenário mutante pode representar as medidas para se combater o câncer. O fato da entidade alienígena ser incendiada, por exemplo, pode ser uma figura para a radioterapia que queima as células cancerígenas.

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