Em um futuro próximo, a mineração de asteróides se tornará uma realidade. Solis (2018) explora este conceito para criar um drama espacial.
O protagonista Steven vaga desgarrado em uma cápsula após um acidente durante a mineração. A cápsula segue em direção ao Sol, mas uma nave nas proximidades tenta resgatá-la. É um sci-fi bem baixo orçamento e basicamente os únicos cenários em toda a narrativa são o pequeno espaço do interior da cápsula e a negridão cósmica.
Em certo momento, o cara sai da cápsula pra consertar algo (um grande clichê de filmes de astronauta) e rola toda uma tensão porque a nave está sendo bombardeada pelo vento solar. Esta cena me lembra outra, do filme Sunshine (2007), quando os astronautas precisam consertar o escudo da nave, correndo o risco de tomar uma rajada do Sol. A diferença é que Sunshine é um filmaço e Solis é um filminho.
Solis se parece mais com um pequeno conto espacial que poderia ser narrado em um curta de meia a uma hora. O protagonista passa pelos perigos básicos desse ambiente, como falta de oxigênio e radiação, enquanto conversa com uma voz sem rosto da comandante da nave que tenta salvá-lo.
O final fica em aberto, deixando uma pontinha de esperança de que o cara tenha se salvado, mas também podemos pensar que ele morreu ali, o que, convenhamos, seria o mais realista, dada a situação fudida em que ele ficou.
Este filminho compõe o que pode ser considerado um subgênero espacial: o drama astronáutico. É o caso de Gravity (2013), um filme cheio de simbolismo em que a protagonista passa por uma experiência de renascimento espiritual e catarse de seus dramas familiares. Approaching the Unknown (2016) também tem um ar dramático e melancólico, focado na solitude do astronauta que será o primeiro habitante de Marte.
Solis dá a dica de seu teor melancólico no título, pois ao mesmo tempo em que esta palavra latina se refere ao Sol, também pode ser relacionada à solitude. O protagonista vaga sozinho para a morte, uma solidão maior que a de qualquer pessoa da Terra, já que está literalmente a milhões de quilômetros de distância da comunidade humana, a não ser pela comandante que tenta salvá-lo, como que resgatando-o não só do perigo de morte, mas da solidão.
Nesse aspecto, o filme tem lá seu lado poético, mas continua sendo um filminho. De toda forma, fica aí para a coleção de dramas astronáuticos.
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