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A tetralogia Streets of Rage

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 1 (1991)

Streets of Rage é a melhor franquia de beat'em up de todos os tempos. Só isso.

Bom, talvez eu seja suspeito pra falar, já que minha opinião está misturada com uma memória afetiva. Conheci o jogo no ano do seu surgimento, em 1991, e acompanhei o lançamento de cada sequência. Nos anos 90, na era Nintendo e Sega, beat'em up 2D era um gênero relativamente comum: teve Double Dragon, Battletoads, Altered Beast, Final Fight, Two Crude Dudes (esse é bem divertido e cartunesco), etc. Streets of Rage, porém, tem um tchan.

Creio que o grande diferencial dessa série (que no Japão era chamada de Bare Knuckle) era a trilha sonora composta por Yuzo Koshiro e Motohiro Kawashima. Eram músicas marcantes, realmente chiclete, com uma batida agradável misturando música eletrônica e um ritmo de hip hop e club music. A música ajudava na imersão naquele mundo underground.

A ambientação seguia essa temática de máfia, ruas cheias de gangues, subúrbios degradados, com lixo nas ruas, posteres rasgados nas paredes e um clima noturno. Interessante com conseguiram passar toda essa impressão com os escassos recursos gráficos da época. 

No final do primeiro jogo, por exemplo, você subia em um elevador e dava pra ver os edifícios ao fundo, janelas acesas, o céu noturno. Então entrava na mansão do chefão e pelas janelas podia ver a mudança das cores do céu, indicando que você virou a madrugada nas ruas batendo em capangas e agora ao amanhecer está às portas do chefão da máfia.

Streets of Rage 1 (1991)

A variedade de adversários era outro ponto positivo. Na maioria dos beat'em ups da época, você se deparava com inimigos que se comportavam todos relativamente parecidos, com pouca diferença nos padrões. Em Streets of Rage os inimigos nas ruas tinham personalidade, tanto na aparência quanto no comportamento da IA: tem os carinhas que dão rasteiras e balões, outros que empunham armas, ninjas que dão voadoras, motoqueiros barra pesada e, o melhor de todos, as garotas de chicote.

Igualmente os chefões eram bem diferenciados: o cara das garras, um musculoso seminu (que a gente apelidava de "Conan" ou "Rambo"), um gordão que cospe fogo e as gêmeas ninjas do mal. O chefão final era praticamente o Scarface com sua metralhadora.

Por fim, os protagonistas, embora poucos, eram bem estilosos. No primeiro jogo, só havia três: Blade, Adam e Axel. Cada qual tinha não só um estilo próprio de luta quanto stats diferentes de força e velocidade. Isso era suficiente pra fazer com que a experiência de jogo se renovasse cada vez que jogássemos com um personagem diferente. Era um jogo com muita rejogabilidade. Você zerava e já tinha vontade de começar de novo.

Ah sim, e havia o recurso de "chamar a polícia". Era o golpe especial dos três personagens, um poder que você gastava e só recuperava ao morrer ou em alguns loots. Uma animação mostrava o carro chegando e disparando uma bazuca que fulminava todos inimigos na tela. Quando você jogava em dupla, aparecia uma animação diferente da bazuca, como se disparasse mais projéteis.

Streets of Rage 2 (1993)

Streets of Rage 2 veio em 1993 com uma considerável evolução gráfica e uma melhoria em todos os aspectos. Acrescentaram uma variedade ainda maior de inimigos, chefões e fases. Além do trio inicial, entraram os personagens Skate (que exigia muita habilidade para se jogar bem com ele) e Max (que era bem forte e apelão e por isso mesmo divertido). Agora, além de seus golpes básicos, os personagens tinham golpes especiais. Pena que não era mais possível chamar a polícia.

Streets of Rage 3 (1994)

Streets of Rage 3 veio em 1994, mas não tinha a mesma graça dos outros dois. Parecia até meio quebrado na jogabilidade e desbalanceado na dificuldade. De toda forma, trouxe ainda mais novidades em termos de inimigos, fases e um novo personagem jogável, o ciborgue Dr. Zan, que era na verdade bem decente de se jogar. Além disso, você podia desbloquear dois personagens bônus: Shiva e o canguru Roo. Sim, um canguru com luvas de boxe.

Aí, com a trilogia, a franquia foi dada por encerrada, mas continuou viva e se expandindo informalmente através de jogos feitos por fãs em homenagem, como o Streets of Rage Remake, que traziam melhorias gráficas e novas fases, mas a Sega não gostou disso e fez de tudo pra proibir estes projetos. A existência deles, porém, mostrava que havia um público nostálgico querendo que alguém fizessem uma continuação.

Streets of Rage 4 (2020)

Eis que finalmente, após 26 anos, a Sega lançou a continuação oficial da franquia e não decepcionou. Chamaram até os compositores originais para a trilha sonora e deram continuidade ao lore original. Não só retornaram Alex, Blaze e Adam, como surgiram dois personagens novos, Cherry, filha de Adam, e Floyd, aprendiz do Dr. Zan. Sem contar que você vai desbloqueando todos os outros personagens que a franquia já teve.

Essa coisa do desbloqueio é o grande incentivo para a rejogabilidade de SoR 4. Você quer jogar de novo e de novo porque assim vai juntando pontos e desbloqueando os personagens pixelados originais de SoR 1, igualmente os de SoR 2 e 3, incluindo o Shiva. Só faltou o canguru.

Obviamente SoR 4 difere imensamente dos outros três em termos de gráficos, tendo cenários e personagens bem mais detalhistas e ricos em cores e animações. Mas para os nostálgicos que querem os gráficos antigos, é possível desbloquear, como já foi dito, o trio original, com a aparência pixelada original.

A jogabilidade é mais complexa e a IA dos inimigos mais desafiadora, mas o jogo não é difícil de zerar nas dificuldades fácil e normal. Afinal o negócio aqui não é zerar uma vez, mas sim repetir as fases várias vezes, aprimorando-se, melhorando a pontuação e desbloqueando a galera. 

A grande novidade é a possibilidade de jogar online com até 4 pessoas. Enfim, SoR 4 faz um grande fan service e traz bastante conteúdo, nostalgia e novidade para garantir muitas horas de jogo sozinho ou com amigos.

Streets of Rage 4 secret stage

Streets of Rage 4 secret stage

Streets of Rage 4 secret stage

Streets of Rage 4 secret stage

Uma dica: SoR 4 possui 4 fases secretas que são easter eggs, um presente para os nerds da série. Nas fases 2, 4, 5 e 8 você encontrará no cenário uma máquina de fliperama. Convenientemente, nestas fases existem policiais com armas de choque (taser) ou você encontra a arma no chão. Quando estiver perto de um fliperama, pegue uma arma de choque e golpeie o fliperama com ela. A máquina será destruída e você teleportado para um cenário secreto.

Tome cuidado para não destruir as máquinas durante as lutas, senão terá de reiniciar a fase se quiser acessar a fase secreta. Também cuidado para não gastar o taser usando nos inimigos. As quatro fases secretas são na verdade pedacinhos de cenários de SoR 2, incluindo a luta contra Abadede (o peladão fortão) e a sala do boss Mr. X com o Shiva.

A seguir, algumas artes conceituais e cenários que estão disponíveis na galeria de extras do SoR 4:

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

Streets of Rage 4 (2020)

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