Seinfeld, a maior sitcom de todos os tempos

Em termos de popularidade, Friends (1994-2004) é provavelmente a sitcom número um do mundo (resenha aqui). Em importância, porém, fica atrás de Seinfeld (1989-1998) que é a mãe de todas as sitcoms dos últimos trinta anos.

Óbvio que as chamadas sitcoms (comédias de situação) existem desde os tempos remotos da TV, mas foi Seinfeld que consagrou o gênero no final dos anos 80, apresentando uma fórmula bem simples. Nas palavras dos próprios protagonistas: "é um programa sobre nada".

Ou seja, Seinfeld estabeleceu um formato de série que não tem nada mais do que situações aleatórias do cotidiano. É uma espécie de pré-Big Brother, um show em que você acompanha os personagens vivendo suas vidas, trabalhando, passando momentos de ócio em casa, jogando conversa fora na lanchonete. Em meio a isso, incidentes engraçados vão acontecendo. É a comédia da vida.

O sucesso da série foi rápido e ao longo dos anos transformou seu idealizador e ator principal, Jerry Seinfeld, em um dos comediantes mais ricos do mundo. Curiosamente ele não é o grande ingrediente.

A performance de Seinfeld é ok, mas o que torna a série realmente atraente é tudo em volta dele, as situações inusitadas envolvendo ele e seus amigos e os pitorescos coadjuvantes que aparecem vez ou outra.

"No soup for you!"

É o caso, por exemplo, do soup nazi, um dono de restaurante que serve uma sopa tão boa que as pessoas fazem filas enormes, mas ele é um cara de pavio curto e, se um cliente o incomoda, ele solta o bordão "No soup for you!" e simplesmente bane aquela pessoa de frequentar o lugar, daí ser chamado de soup nazi, que se tornou anos depois um famoso meme na internet.

De todos os personagens pitorescos, porém, o mais importante é o Kramer. Membro do quarteto protagonista da série (com Seinfeld, Elaine e George), Kramer é a grande fórmula mágica. Cheio de trejeitos e expressões faciais que lhe dão um ar de esquisitão da vizinhança, ele causa riso com sua simples presença. Sem ele, com certeza a série perderia metade de sua graça.

O dia em que Kramer previu o Neuralink.