Em 2009 Neill Blomkamp chamou atenção com uma curiosa distopia sci-fi com uma estética bem decadente: Distrito 9. A partir daí ele inaugurava uma série de filmes que seguiriam o mesmo estilo, de modo que, mesmo sendo três histórias bem distintas, pode-se agrupá-las numa espécie de trilogia estética, a Trilogia Distrito 9.
Em Distrito 9 (2009), o planeta é visitado por uma nave com alienígenas que pedem ajuda para se abrigarem aqui, como se fossem refugiados. A história se passa numa época bem contemporânea e o mundo não está em condições de ajudar estes imigrantes espaciais, de modo que são alocados em um assentamento de forma precária. Pela primeira vez vemos em um filme de "invasão" alienígena os aliens morando em uma verdadeira favela.
Claramente essa história tem uma intenção alegórica de ilustrar uma crise de imigrantes e a forma pouco humanitária com que os governos podem tratar estas pessoas que procuram ajuda.
Favela alienígena. |
Em 2013 Blomkamp retorna à sua fórmula (miséria, sci-fi e crítica social) com Elysium (resenha aqui). Desta vez a trama se passa em um futuro mais distante, em 2154, quando já há tecnologias avançadíssimas, como uma máquina de cura e rejuvenescimento instantâneo e literalmente uma cidade flutuando na órbita da Terra.
Só que, em contraste com a condição utópica dessa cidade celestial, habitada apenas pelos mais ricos da Terra, o planeta se encontra em total miséria, evidenciando uma divisão da humanidade em duas castas: os super ricos que moram em Elysium e os bilhões de pobres do planeta.
Por fim, em Chappie (2015), é concluída essa trilogia de Blomkamp. Agora a história acontece num futuro aparentemente mais avançado do que o de Distrito 9, porém anterior a Elysium. Em vez de aliens e uma cidade espacial, temos o foco voltado para o desenvolvimento da robótica.
Robôs com uma avançada inteligência artificial estão começando a ser usados como policiais e eis que um deles acaba desenvolvendo consciência, a tão prometida "singularidade" que é um tema já bem abordado na ficção científica. O que chama atenção neste filme é a presença da dupla Yo-Landi e Ninja, da banda Die Antwoord, que atuam como protagonistas.
Além da singularidade, o longa também acaba abordando o tema da "transferência mental", ou seja, a possibilidade de se transferir não só as informações do cérebro como a própria consciência de uma pessoa para um meio artificial, um cérebro eletrônico.
Tendo em comum o visual sujo e decadente e a temática social, os três filmes contam com um detalhe que também se repete: o design dos robôs. Os robôs policiais de Elysium são bem parecidos com o Chappie.
Já no Distrito 9 essa tecnologia ainda não existia, mas vemos uns protótipos robóticos que são ainda operados por um usuário humano. Só que tem um alienzinho que se torna amigo do protagonista que me parece bem parecido com o Chappie nos trejeitos e na personalidade meio infantil.
Já no Distrito 9 essa tecnologia ainda não existia, mas vemos uns protótipos robóticos que são ainda operados por um usuário humano. Só que tem um alienzinho que se torna amigo do protagonista que me parece bem parecido com o Chappie nos trejeitos e na personalidade meio infantil.
A seguir vemos uma comparação do alien de Distrito 9 com o Chappie e os robôs de Elysium:
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