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Miranha no miranhaverso

Spider-Man: Into the Spider-Verse (2018)

Uma coisa que a Marvel soube desenvolver bem em seu universo cinematográfico foi a diversidade de mundos fictícios (o que já falei em outro post¹). 

A DC também explorou um pouco disso, mostrando Krypton em Man of Steel e em uma série própria, bem como a ilha das Amazonas onde nasceu a Wonder Woman e o fantástico mundo submarino de Aquaman. O arrowverso foi ainda mais longe e apresentou um multiverso na saga Crise nas Infinitas Terras. 

A Marvel foi do mundo subatômico ao cósmico e deu um salto ainda maior na animação Spider-Man: Into the Spider-Verse (2018) que definitivamente instalou o conceito de multiverso no MCU. Agora nem o céu é o limite.

Spider-Man: Into the Spider-Verse (2018)

Spider-Man: Into the Spider-Verse (2018)

Miles Morales é uma versão alternativa do Spider-Man (da Terra-1610, também conhecida como Universo Ultimate) que existe nos quadrinhos desde 2011, sendo o primeiro Homem-Aranha negro em meio à variedade de Aranhas. Bom lembrar que muito antes, em 1992, já surgira uma versão que acrescentou diversidade étnica à galeria de personagens: o Miguel O'Hara, o Aranha 2099 (Terra-928), que tem descendência islandesa e mexicana.

Até aí, a nova animação seria apenas mais um filme da Marvel acrescentando um novo personagem no MCU. Só que fizeram algo com consequências em todo o MCU, trazendo uma história baseada no multiverso.

Assim, vemos o Aranha do Miles Morales encontrar outras versões de outros universos: o Peter B. Parker (Terra-616), a Spider-Woman (Terra-65), uma versão anime do Aranha, a Peni Parker (Terra-14512), e até mesmo o Spider-Ham (sim, é Ham mesmo, o Aranha Presunto), também chamado Peter Porker (Terra-8311), que é literalmente um porco com poderes de aranha, e o estiloso Spider-Man Noir (Terra-90214) que foi dublado por ninguém menos que o Nicolas Cage.

É bom notar que este universo em que se passa a animação é classificado na vasta database da Marvel como Terra-TRN700, portanto não é exatamente o mesmo universo do Miles Morales dos quadrinhos, a Terra-1610. Também não é o mesmo mundo principal do MCU, aquele que vimos nos filmes dos Vingadores e seus personagens. Ali é a Terra-199999. Obviamente, agora que as portas do multiverso se abriram, todos estes e muitos outros mundos vão se misturar eventualmente nos filmes e séries.

Spider-Man: Into the Spider-Verse (2018)
O Rei do Crime está tão grande que mal cabe na tela.

Spider-Man: Into the Spider-Verse (2018)

Spider-Man: Into the Spider-Verse (2018)

Quanto aos vilões, temos o Rei do Crime, que está enorme, um verdadeiro armário humano, tão grande que mal cabe na tela, o que dá um efeito estético bem interessante toda vez que ele aparece. E temos também a Olivia Octavius. Originalmente, o universo do Miles Morales nos quadrinhos, a Terra-1610, tem a sua versão do Dr. Octopus, o Otto Octavius. Para a animação criaram esta nova personagem, provavelmente para diversificar a dupla de vilões mudando o gênero de masculino para feminino.

De fato, se não fosse por ela, o filme só teria vilões marmanjos, pois além do Rei do Crime também tem Aaron Davis, Norman Osborn, Maximus Gargan e Lonnie Lincoln.

Spider-Man: Into the Spider-Verse (2018)

E ainda teve uma ceninha pós-créditos em que vemos o Aranha 2099 encontrando o Aranha da série animada de 1967 (Terra-67), quando ambos replicam aquele meme dos Aranhas apontando um para o outro.

Enfim, a animação foi um show de fan service e referências, abriu a porta para o multiverso, que vai tornar o MCU ainda mais interessante e eventualmente trazer os X-Men, Quarteto Fantástico e o resto da galera que pertencia à Fox e foi recentemente comprada pela Disney.

Além disso, a qualidade do desenho é impressionante. É uma animação riquíssima em cores e detalhes, misturando 2D e 3D e com uma linguagem narrativa bem parecida com a dos quadrinhos. Tem até onomatopeias.

Spider-Man: Into the Spider-Verse (2018)

Spider-Man: Into the Spider-Verse (2018)
Claro que não podia faltar um cameo do saudoso Stan Lee.

Notas:

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