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A fofa Jodie Foster vira uma justiceira em The Brave One

Jodie Foster; The Brave One, 2007

Antes de assistir Valente (The Brave One, 2007), eu esperava que fosse um filme de ação com protagonista badass, algo parecido com Destroyer (2018, resenha aqui) ou Atomic Blonde (2017, aqui), mas não é beeem uma história de ação e sim um drama. De toda forma, temos aí a trilogia das loiras justiceiras: Nicole Kidman, Charlize Theron e Jodie Foster.

A protagonista Erica é uma garota comum, sem nenhuma experiência com armas ou luta, diferente das moças dos outros dois filmes acima. Enquanto passeava com o namorado, Erica é atacada por arruaceiros e fica em coma por uns dias. Seu namorado não sobrevive.

É aí que ela se depara com um grande dilema que incomoda muitas pessoas neste mundo: como lidar com esta sensação de insegurança e injustiça, uma vez que o excesso de burocracia do Estado (que deveria ser o responsável pela segurança e a justiça dos cidadãos) torna a força policial ineficiente? Erica resolve fazer a justiça com as próprias mãos e adquire uma arma.

Uma vez armada, ela passa a matar alguns criminosos que aparecem em seu caminho, o que vai transformando a sua personalidade, como se outra pessoa estivesse assumindo a sua mente. É interessante que a tradução do título para o português de Portugal (A Estranha em Mim) acabou sendo mais adequada à história do que o próprio título original (The Brave One).

De fato, a história não tem a ver com uma vigilante fodona de filme de ação, mas com o conflito desta pessoa que está caminhando no limiar da perda de sua humanidade. Ela se surpreendeu que suas mãos não tremiam depois que ela matava alguém, o que mostra como ela estava se tornando fria e indiferente à morte, dominada apenas pelo sentimento de vingança.

Ao mesmo tempo ela faz amizade com o detetive Mercer que acaba se tornando o único laço que ela ainda tem com seu antigo eu. Como Mercer estava investigando os crimes cometidos por este justiceiro misterioso, ele acaba descobrindo que ela era o justiceiro, mas ele arriscou sua própria carreira e seu forte senso de ética, se tornando cúmplice do último assassinato, quando ela mata o cara que matou seu namorado.

Mercer na verdade tomou uma atitude sábia, embora ilegal. Ele sabia que Erica precisava daquela vingança, da catarse, mas, ao se tornar cúmplice e deixar ela escapar, foi como um voto de confiança de que aquele seria seu último ato como justiceira. 

No final, Erica retoma a sua vida "normal", mas certa de que trilhou um caminho sem volta, de que perdeu a inocência e não será mais a mesma.

Jodie Foster; The Brave One, 2007

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