Anões têm uma presença constante no folclore europeu. Eles estão nos contos de Grimm, no Senhor dos Anéis (que é fruto do vasto conhecimento de Tolkien da mitologia européia) e tudo o que esta obra inspirou.
Anões também sempre tiveram uma presença forte no cinema. Convenhamos, anões são interessantes, são fotogênicos, as pessoas gostam de ver anões, mas também algumas produções contratam anões pela praticidade. Por exemplo, o robozinho R2D2 era performado por um anão que cabia dentro da máquina. George Lucas, aliás, sempre colocou muitos anões em seus filmes.
Eis que recentemente saiu uma notícia curiosa de que a Disney resolveu demitir os atores anões do seu remake de Branca de Neve e os Sete Anões, por mais paradoxal que isso pareça. Aparentemente, tudo o que precisou para a Disney tomar esta estranha decisão foi uma crítica do ator anão Peter Dinklage.
Na opinião dele, que ele fez questão de enfatizar que tem a ver com sua pauta progressista (ou, em outras palavras, politicamente correto), era um absurdo nos dias de hoje representarem anões vivendo em cavernas como no conto clássico.
O interessante é que os sete atores anões que foram demitidos não partilham da mesma opinião do famoso ator de Game of Thrones e pelo visto a Disney nem se importou de perguntar a eles.
É um caso de minoria barulhenta. Como o Peter Dinklage é bem conhecido, o simples fato dele ter expressado uma interpretação bem pessoal sobre o que ele acha ser o politicamente correto com relação aos anões no cinema, a opinião dele importou mais do que a dos próprios atores que provavelmente estavam adorando participar do projeto e não se sentiam ofendidos em interpretar versões folclóricas de anões.
No exemplo oposto disto, recentemente também vimos vários atores anões participando da segunda temporada de The Witcher, representando, veja só, anões caricatos do folclore, pequenos guerreiros com machados e barbas longas. E olha, claramente eles parecem estar se divertindo bastante com o papel.
São exemplos como este que mostram que há um abismo separando o ser civilizado e ter respeito pelas pessoas e o ser politicamente correto e forçar a barra do que é certo ou errado, alcançando um nível de santarronice puritana e farisaica do qual a história já nos deu tantos exemplos no passar dos séculos.
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