Às vezes me pergunto
o que foi que aconteceu.
Parte de mim parece perdida
e já não me reconheço.
Digo, olhando no espelho:
"Onde está você?"
Sim, eu continuo aqui, mas não inteiro,
algo sumiu, algo se deteriorou.
Devo mergulhar no abismo?
Devo partir em busca de mim?
Estarei perdido, ferido,
aprisionado nos confins
da minha mente labirinto?
Será que não escuto o grito
vindo das brumas, vagando em dunas
nesse deserto tempestuoso,
nesse mundo hostil e misterioso?
E eu aqui nesse jardim,
na superfície do meu eu.
"Retorne, você me esqueceu!
Traga de volta o que foi perdido.
Faça as pazes consigo".
(21,08,2020)
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